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Ativistas denunciam cerceamento da liberdade de expressão

30 de maio de 2017

FNDC
O Sinpro Minas participou do 3º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, realizado na Universidade de Brasília (UNB), nos dias 26 a 28 de maio, representado pela diretora Clarice Barreto e a jornalista Débora Junqueira. O Encontro, organizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), reuniu mais de 300 ativistas e militantes do movimento pela democratização da comunicação no Brasil. Para a diretora do Sinpro Minas, Clarice Barreto a mídia alternativa tem um papel fundamental na disputa de hegemonia. “É preciso unificar a narrativa dos trabalhadores no processo de democratização da comunicação”, afirma.
 

FNDC mtst

Na abertura do encontro, o FNDC lançou a campanha Calar Jamais! Contra a violação da liberdade de expressão. A emoção tomou conta da plateia com o relato de alguns personagens da campanha que estavam presentes como Vitor Guimarães, militante do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, agredido por policiais militares durante o Ocupa Brasília, Caio Barbosa, Conceição Oliveira, Rita Freire, Ricardo Melo, Eduardo Guimarães e Sérgio Mamberti, vítimas dos recentes atentados à liberdade de expressão no país, jornalistas, ativistas e militantes pelo direito à comunicação e que representam uma pequena parcela dos inúmeros casos de violências e violações à liberdade de expressão em curso no país, intensificada pelo golpe.

Internet

A primeira conferência do 3ENDC discutiu questões como direito a informação, limitação de acesso e privacidade na internet. Flávia Lefèvre, Murilo Ramos, Dafne Plou e Joana Varon conduziram o debate. “O Facebook e o Google têm acerto com as grandes mídias. Clipam determinadas notícias, resumem, e usando algoritmos, colocam na sua timeline o que eles acham que você tem interesse em saber. Isso restringe o que acessamos e para quem nós vamos falar”, disse flávia Lefèvre, advogada e conselheira da Associação de Consumidores Proteste.

E essa limitação vai de encontro com outro problema: o acesso à informação de classes desfavorecidas. Pesquisa de 2015, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, apontou que 97% da população brasileira da classe “A” acessam a internet. Na classe “B”, o acesso é de 82%. Observa-se uma forte queda nas classes C, D e E, a primeira com 49% da população com acesso, e as duas últimas com 16%. A pesquisa ainda revelou que 65% das classes D e E acessam a internet a partir de dispositivos móveis, com planos pré-pagos. Mas esses dados vão além de mostrar a desigualdade social, já conhecida no país, eles escancaram a desigualdade de informação. Nesses planos, as empresas de telefonia acabam limitando o acesso dos usuários às redes sociais, pelo fato do limite de dados ser diário e existir a flexibilização desse plano para o acesso a algumas mídias sociais, esse público acaba ficando refém de conteúdos restritos. (Leia mais no portal do FNDC)

Golpe midiático

“Nos seus 25 anos de atuação, a luta do FNDC sempre foi para que conseguíssemos regulamentar os artigos da Constituição e assim garantir que o povo brasileiro tenha voz nos meios de comunicação, mas em 2016 essa luta foi interrompida bruscamente, assim também como foi interrompida o processo de democracia em nosso país com por um golpe midiático, jurídico e parlamentar que cassou uma presidente legitimamente eleita. E com o golpe vieram as violações constantes ao cerceamento da liberdade de expressão, não vivíamos num ambiente pleno de democracia antes do golpe, mas construíamos janelas, tínhamos força popular, mas com o golpe isso se intensificou porque nenhum golpe convive bem com a liberdade de expressão”, destacou Renata Mielli, coordenadora do FNDC.

FNDC Gilson

Mídia alternativa

Gilson Reis, diretor do Sinpro Minas e coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) foi um dos debatedores do painel “Ética, Jornalismo e Mídia Alternativa na Disputa pela Informação”, juntamente com Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres; Renato Rovai, da Revista Fórum; e Altamiro Borges, autor do Blog do Miro e Beth Costa, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Para Laura Capriglione, discutir ética no jornalismo é algo imprescindível quando você tem uma mídia tão comprometida com o golpe em curso no país e um determinado projeto de país. “Estamos vivendo no reino da pós-verdade e a mídia alternativa cumpre um papel fundamental na atualidade: dá a possibilidade de as pessoas checarem as informações e as verdades que elas consomem da mídia hegemônica”, diz. (Leia mais no portal do FNDC)

Comunicação sindical

RepresentaFNDC Doquinhantes da área comunicação das centrais sindicais também marcaram presença no encontro e denunciaram a atuação parcial da mídia no processo de impeachment de Dilma Rousseff, assim como continua atuando em relação às reformas que retiram direitos dos trabalhadores. No painel “O monopólio da mídia e o ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários” a secretária de Comunicação da CTB, Raimunda Gomes (Doquinha) afirmou ser inegável que os grandes meios de comunicação tenham atuado de forma partidarizada para derrubar Dilma Rousseff. “Ao lado de setores da burguesia, do parlamento e do Judiciário, a mídia construiu, de forma descarada, uma narrativa que tornou o impeachment viável”, diz. “A mídia pavimentou o caminho para os ataques à democracia e a retirada de direitos de trabalhadores”. Segundo ela, é imprescindível a união dos núcleos de comunicação das centrais sindicais para construir uma unidade que derrube o golpismo. (Leia mais no portal do FNDC) 

Leia a carta do 3º ENDC
Com informações do FNDC

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