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Censo demonstra que educação a distância é a modalidade que mais cresce

21 de dezembro de 2007

O crescimento do número de cursos de educação superior a distância é o maior destaque do Censo da Educação Superior de 2006, divulgado em 19 de dezembro, pelo Ministério da Educação (MEC). De 2003 a 2006, o número passou de 52 para 349, o que significa aumento de 571%.

O crescimento do número de estudantes em cursos nessa modalidade de ensino também aumentou substancialmente. Eles passaram de 49 mil em 2003 para 207 mil em 2006, aumento que corresponde a 315%. “Esperávamos que a educação a distância tivesse um aumento, mas os números coletados pelo censo superaram nossas expectativas”, revelou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes.

O secretário de educação a distância, Carlos Bielschowsky, disse que o crescimento é resultado, entre outras coisas, do incremento da tecnologia nos últimos quatro anos e da criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB). “O Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes demonstrou que os alunos de cursos a distância vão tão bem quanto os de cursos presenciais. Aliás, em alguns cursos, eles tiveram desempenho melhor”, diz Bielschowsky.

Em congresso realizado pelo Sinpro Minas no início de julho, professores, especialistas e pesquisadores fizeram um mapeamento dos impactos que as tecnologias da informação e comunicação estão trazendo para a profissão docente. Conforme destacaram os participantes do evento, a educação a distância, da maneira como vem sendo utilizada pelas escolas privadas, tem intensificado as atividades dos professores, precarizando as condições de trabalho. Em função da ausência de uma legislação trabalhista específica, instituições de ensino privadas têm contratado professores como tutores, com o objetivo de aumentar o número de horas trabalhadas e de alunos orientados e diminuir o salário.

Em decorrência das demandas da categoria, o Sinpro Minas apresentou na pauta de reivindicações da campanha salarial 2008 itens que tratam do assunto, com o que prevê limites de alunos por turma, carga horária mínima, exigências quanto à qualificação, além do item prevendo que, independentemente das funções exercidas na EaD, o profissional seja considerado como professor. Mais novidadesOutra novidade apontada pelo Censo foi a evolução, em 2006, da taxa de escolarização líquida — corresponde ao número de alunos matriculados em cursos de educação superior sem distorção de idade. Ou seja, jovens de 18 a 24 anos que estão na faculdade. Em 2005, o número de jovens em instituições de ensino superior correspondia a 10,9% do total de jovens brasileiros; em 2006, a 12,1%. “Ainda é pouco, mas há duas décadas esse percentual estava praticamente estagnado”, destacou o diretor de estatísticas e avaliação da educação superior do Inep, Dilvo Ristoff. “Conseguimos iniciar uma mudança”, avalia.

A Região Sudeste ainda tem o maior número de instituições de ensino superior, com 48,1% do total, mas essa representação vem diminuindo a cada ano com o crescimento em outras regiões. O Nordeste, por exemplo, tinha 388 instituições em 2005. Em 2006, já eram 412.

MatrículasA rede pública responde, de acordo com o censo, por 25,9% das matrículas em graduações presenciais, enquanto a rede privada fica com 74,1%. No entanto, o número de doutores em exercício nas universidades públicas (42 mil) é superior ao da rede privada (24 mil).

Na relação doutor por aluno, as instituições federais de educação superior são as mais bem colocadas. Elas têm, em média, um doutor para cada 69 alunos, enquanto as faculdades particulares têm, em média, um para 178. Em todo Brasil, predominam as instituições de pequeno porte: 67,5% das 2.270 instituições que participaram do censo de 2006 têm até mil alunos.

As mulheres continuam como a maioria em cursos de educação superior. Elas correspondem a 55,7% do total de matrículas em 2006. A única categoria do censo na qual as mulheres ficam em segundo plano é a de número de professores na educação superior — os homens ocupam 55,5% dos postos. Com MEC

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