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Condenação desproporcional para uma sapatada

13 de março de 2009

A condenação a três anos de prisão para o jornalista iraquiano Muntazer al Zaid, que atirou seus sapatos contra o então presidente americano, George W. Bush é totalmente desproporcional. Em 14 de dezembro de 2008, em plena entrevista coletiva de Bush em sua última visita ao país como presidente, Al Zaid levantou bruscamente e gritou: “Este é o beijo de despedida, cachorro!” e lançou os sapatos em Bush, que conseguiu se esquivar.

A atitude de Zaidi o tornou em herói nacional e gerou protestos públicos por todo o mundo contra a política internacional dos EUA. No Iraque, como em grande parte do mundo árabe, jogar o sapato é uma das maiores ofensas que se pode cometer contra uma pessoa.

O anúncio da condenação do jornalista, que já estava preso e chegou a ser  espancado, conforme denúncias de seus familiares, voltou a gerar protestos em todo o mundo. A Federação Internacional de Jornalistas (FIP), que reúne mais de 600 mil jornalistas em mais de cem países, considera que o profissional cometeu um erro grave, mas era algo que poderia ter sido resolvido de uma maneira interna e não numa corte de justiça. Para a FIP, a resposta iraquiana é lamentável deveria ter a pena reduzida.

No julgamento, ocorrido no dia 12/03, o tribunal iraquiano aceitou o argumento da defesa, que alegou que a atitude do jornalista não poderia ser considerada um ataque a um chefe de Estado, mas sim uma ofensa. Caso o ato de Zaid fosse considerado uma agressão a um chefe de Estado, o repórter poderia ser condenado a 15 anos de prisão. Na primeira sessão do julgamento, em 19 de fevereiro passado, Zaid disse que tinha decidido lançar seus sapatos contra Bush para vingar a “opressão dos Estados Unidos no Iraque” e protestar contra a ocupação militar estrangeira em seu país.

“Senti que o sangue dos inocentes corria debaixo dos meus pés quando vi o sorriso de Bush, que veio para se despedir do Iraque (…) após deixar mais de um milhão de mártires, além da destruição econômica e social do país”, afirmou o jornalista na ocasião, segundo o relato de seus advogados.

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