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Declaração de apoio ao governo de Evo Morales

16 de setembro de 2008

Organizações indígenas de cinco países andinos realizaram neste sábado (13) um chamado de defesa à Bolívia e de solidariedade ao governo do presidente Evo Morales. ”A defesa do país é um imperativo dos povos indígenas, suas organizações e movimentos sociais como um todo, porque representa a única opção para defender a justiça e a liberdade”, diz o comunicado da Coordenadoria Andina das Organizações Indígenas.

A declaração é assinada por uma babel de apoiadores: cinco centrais rurais indígenas do Peru, a Confederação de Povos da Nacionalidade Kichwa do Equador, a Organização Nacional Indígena da Colômbia, da identidade territorial Lafkenches do Chile e da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Argentina. ”O imperialismo e as oligarquias querem derrubar o presidente Evo Morales para truncar o processo de mudança que se desenvolve em favor das grandes maiorias excluídas por séculos, para as quais este governo abriu um caminho de esperança”, acrescenta o documento.

As manifestações não se resumem às organizações sociais. No Peru, o governo e o principal partido de oposição uniram-se para sublinhar a preocupação com a crise na Bolívia, principalmente pelos atos violentos que aconteceram durante toda última semana no país vizinho. O conflito contabiliza oito mortos, camponeses partidários de Morales.

O Ministério das Relações Exteriores do Peru emitiu uma breve declaração, segundo a qual o governo ”reafirma o seu apoio às instituições democráticas na Bolívia, manifesta a sua profunda preocupação com os atos de violência nesta república irmã, e que, infelizmente, têm sido traduzidos em a perda de vidas humanas”.

Os governos da Argentina, Brasil, Chile e Venezuela, os países da Comunidade Andina de Nações e o Mercosul também fortalecem o apoio ao presidente boliviano. Cristina Kirchner chegou a conversar por telefone com o presidente Lula e com Michelle Bachelet para analisar a situação e reforçar o apoio à Morales. Um comunicado liberado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Buenos Aires, diz que o a Argentina concede ”total e incondicional apoio ao governo constitucional do presidente Evo Morales”.

O Brasil reiterou o seu apoio e deixou claro que não irá tolerar uma quebra na ordem institucional da Bolívia. De Brasília, Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, afirmou que Lula conversou na quinta feira com o presidente venezuelano, Hugo Chávez sobre os conflitos. Brasil, Argentina, Colômbia e Venezuela são membros do Grupo dos Amigos da Bolívia.

As Madres de Plaza de Mayo e a Línea Fundadora y Familiares de Detenidos y Desaparecidos por Razones Políticas também lançaram manifestos condenando a onda de motins. A Organização dos Estados Americanos rejeita a violência e já manifestou disponibilidade para mediar os conflitos.

O presidente do Equador, Rafael Correa, na última sexta feira (12), reafirmou total apoio ao presidente da Bolívia, Evo Morales, contra a violência e o terrorismo desestabilizadores e crescentes. Na conferência de imprensa durante visita à cidade de Lima, no Peru, Correa anunciou que solicitaria imediatamente à presidente do Chile para que a recém-criada União Sul-Americana de Nações (Unasur) possa se reunir para tratar a crise boliviana. ”Aqui nós vamos ver se a integração latino-americana funciona, se estas agências e organismos que temos criado funcionam, para dar apoio incondicional ao governo de Evo Morales”, pontuou.

O Equador ”jamais aceitará” o colapso da democracia e o separatismo na Bolívia, foram as respostas de Correa a inúmeras perguntas de jornalistas. O apoio à Bolívia também veio do Paraguai, através do presidente Fernando Lugo. ”O Paraguai será solidário com todos os países onde os governos foram eleitos democraticamente”, disse Lugo à imprensa.

Há uma semana, os conflitos que se arrastam desde abril deste ano na Bolívia se intensificaram com protestos violentos contra o governo, isolados nos departamentos de Santa Cruz e Tarija e em Pando, Beni e Chuquisaca, em menor escala. A radicalização dos conflitos indica que a oposição não engoliu bem a vitória de Evo Morales no recente referendo, quando o presidente teve seu mandato confirmado por mais de 65% dos bolivianos.

Fonte: Agência Carta Maior

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