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Fiocruz alerta para risco de colapso do SUS no Sudeste em duas semanas

16 de março de 2021

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz são unânimes na adoção de medidas restritivas mais rígidas para conter o vírus, já que faltam vacinas

Por Maria Mazzei e Elis Barreto, da CNN

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam para o risco de colapso das redes pública e privada de saúde da região Sudeste nas próximas semanas. A CNN conversou com cinco pesquisadores da instituição e todos são unânimes ao afirmar que: “se as medidas restritivas não forem revistas, daqui a 15, 20, 30 dias, o Sudeste vai colapsar”.

De acordo com o grupo, três fatores são determinantes para esse cenário: mutabilidade do vírus, falta de vacinas e medidas restritivas pouco rígidas.

“Se as medidas restritivas não forem revistas, o Sudeste vai colapsar, com pessoas morrendo sem assistência hospitalar, sem leitos”, afirmou um pesquisador da instituição.

Três dos quatro estados da região Sudeste possuem leitos de UTI para Covid-19 com ocupação acima de 85%. O Rio de Janeiro se encontra com 78,8% de ocupação de UTI. Já as capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, estão com ocupação de UTI para Covid-19 em 89,2%, 91% e 88,4% respectivamente.

A negação nos trouxe até onde estamos agora. A ciência precisa ser respeitada. Só vamos conter esse vírus com vacinas e medidas restritivas e como não temos vacinas para todos e não teremos por mais alguns meses, os governantes precisam avaliar e impor medidas mais duras e as pessoas precisam respeitar. O uso de máscara não é um favor, é obrigação. Os hospitais estão lotados. Não é uma doença que escolhe classe social e não faz diferença estar em hospital público ou particular porque não haverá  leitos e não vai ter respiradores para todos. As pessoas precisam entender isso”, alerta outra cientista.

Os pesquisadores defendem que enquanto a vacina não chegar em larga escala para uma imunização em massa, a única medida efetiva para conter a transmissão do vírus é a restrição de circulação.

“Não temos e não teremos vacinas para todos agora. E no momento em que o país, como um todo, está no pior cenário desde o começo da pandemia, o lockdown salva vidas sim e é necessário. Não no estado todo, mas em municípios que estão numa situação mais grave. E a cada 10 dias a medida deveria ir sendo reavaliada.”, defendeu uma das  pesquisadoras.

Uma projeção do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), aponta que se a campanha de vacinação seguir no ritmo atual, o Rio de Janeiro levará mais de dois anos para conseguir imunizar toda sua população contra a Covid-19. A plataforma, que atualiza seus dados diariamente, estima que o processo levará ao todo 764 dias – ou dois anos, um mês e quatro dias. No estado do Rio foram vacinados até agora 5,62% da população.

O Brasil tem atualmente 11.483.370 milhões de casos confirmados da doença, e 279.286 óbitos. A Organização Mundial da Saúde estima que a letalidade da Covid-19 seja de 0,6%. No Brasil, a taxa de letalidade do Coronavírus no país é de 2,4%, quatro vezes maior.

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