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Professores reivindicam melhores salários e condições de trabalho

1 de março de 2010

“Este ano não vai ser igual àquele que pas­sou”. Como inspira a marchinha de carnaval, neste ano, precisamos fazer diferente, tornando ainda mais eficaz a mobilização da campanha reivindicatória pela valorização dos professores e da educação. Os profes­sores fazem assembleia em todo o estado, neste sábado (6/3), para discutir os rumos da campanha, que pode culminar em greve se não houver avanços nas negociações com os sindicatos patronais. A participação de todos é fundamental (confira os locais e horários da assembleia).“Precisamos ir além da discussão sobre melhorias salariais. Queremos estabelecer um amplo debate sobre as condições de saúde, o assédio moral, a jornada extenuante de trabalho, o plano de carreira, além de outras questões que têm afetado os docentes”, destaca o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis. No entanto, a postura dos sindicatos patronais tem sido a de emperrar as negociações, insistindo na retirada de direitos, sem se importar com as reivindicações que representam a melhoria das condições de trabalho. “Essa desvalorização afeta o projeto pedagógico e o sindicato vai fazer essa denúncia para os pais de alunos e para a sociedade que esperam mais das escolas particulares”, afirma Gilson Reis.

Ao contrário do ano passado, quando o discurso dos patrões era de crise, em 2010 as previsões são de crescimento econômico, inclusive com o anúncio de que os grandes grupos educacionais investem em novas aquisições e fusões. Neste ano, as mensalidades escolares também tiveram reajustes acima do índice que os professores reivindicam para corrigir os seus salários. Um levantamento feito pelo IBRE (Instituto Brasileiro de Economia), da Fundação Getulio Vargas, em sete capitais de Estados brasileiros, mostra que as mensalidades escolares tiveram um reajuste médio de 7%, e um aumento real de 2,93% acima da inflação.  Se no último período, a saída para os impasses foi a Justiça do Trabalho, com a Emenda 45, que exige acordo entre as partes para o ajuizamento do dissídio coletivo, a solução não poderá ser a mesma. Não podemos permitir que a categoria fique sem um instrumento que garanta a manutenção das conquistas da convenção coletiva de trabalho. Tudo que temos é fruto de muita luta.  A intransigência dos donos de escolas só pode ser revertida com mobilização e pressão para a retomada das negociações. >> Clique aqui e acesse a pauta de reivindicações >> Clique aqui e acesse o Intervalo Especial

Educação é um dos setores mais rentáveis da economia

O empresariado do setor educacional brasileiro não teve o que reclamar nos últimos anos. Somente no ensino superior, o número de instituições privadas cresceu 163% entre 1998 e 2008, um dos maiores ritmos de expansão da economia. Saltou de 764 para 2016 instituições. Entre 2002 e 2008, a quantidade de cursos dobrou, chegando a quase 18 mil. Os dados são do último censo realizado pelo Ministério da Educação (MEC).

Os números refletem a mercantilização da educação, um dos setores mais rentáveis da economia brasileira, com lucratividade comparável a empresas nacionais de grande porte, como a Gerdau e a Petrobras. Segundo dados divulgados pela revista Exame, estima-se que o ensino privado (da educação infantil à pós-graduação) movimente cerca de R$ 90 bilhões por ano, o equivalente a aproxi­madamente 3% do PIB. Em 2004, esse montante era de R$ 15 bilhões. Nunca, na história deste país, os empresários do setor lucraram tanto.  Para este ano, as projeções são de continuidade do crescimento – acompanhando o aumento do PIB nacional –, inclusive com a expansão das aquisições de escolas por grandes grupos educacionais, como a Kroton, a Anhanguera e a Estácio de Sá. Agora, em plena campanha reivindicatória dos professores, os donos de escolas se recusam a fechar um acordo, alegando dificuldades financeiras. Essa situação tem gerado um estado de perplexidade e indignação entre os docentes. O mais grave é que as reivindicações, que não têm sido aceitas pelo patronal, se referem à melhoria das condições de trabalho, com repercussões significativas na qualidade do ensino. Na análise da diretoria do Sinpro Minas, esse cenário, de mercantilização da educação, é preocupante. Algumas medidas adotadas por empresários do setor têm levado a um quadro de desrespeito aos direitos da categoria, além da sobrecarga de trabalho. “A educação precisa ser vista pelo viés da valorização dos profissionais que nela trabalham, e não pela lógica mercantil”, frisou Gilson Reis, presidente do sindicato.

  • “O discurso mais recorrente é o da desnacionalização do ensino. É uma bobeira, pois os professores e as metodologias são daqui. Além disso, a última coisa que passa pelos grupos investidores é a ideologia. Eles visam o lucro”. Ryon Braga, da Hoper Consultoria Fonte: Folha de S. Paulo  – Janeiro/ 2008

  • Pesquisa aponta reajustes de mensalidades escolares acima da inflação Uma pesquisa preliminar dos preços das mensalidades escolares na primeira semana de janeiro apontou reajustes que variaram entre 5% e 18%. A média no Brasil ficou em 7,35%. No ensino médio, Belo Horizonte registrou o maior aumento (8,15%). De acordo com o economista André Braz, nos últimos oito anos, o reajuste acumulado para os cursos formais foi de 70,68%. Fonte: Fundação Getúlio Vargas –  Janeiro/2010

  • O ano em que a escola foi à bolsa“Com captação total de R$ 512 milhões e valorização dos papéis superior a 90%, a Anhanguera está na segunda posição no ranking dos melhores IPOs (sigla em inglês para oferta pública de ações) do ano.  A IES teve 75% de seu capital adquirido por investidores estrangeiros”.”É preciso que a instituição primeiro mude sua filosofia, ou seja, pare de pensar como uma entidade e passe a funcionar como empresa. Com ou sem fins lucrativos, a finalidade dela é o resultado”.  Carlos Monteiro, diretor-presidente da CM Consultoria.Fonte: Bovespa – Dezembro/2007

  • “Existe uma previsão de mercado de que a demanda por ensino vai aumentar acima do crescimento da economia nos próximos anos. Então temos motivos para acreditar que as aquisições devem continuar”. Paulo Ângelo Carvalho de Souza , analista financeiro.Fonte: Jornal Hoje em Dia – Janeiro/2010

  • “Eu não me interessei pela educação e nem acho que eu seja uma pessoa muito interessada em educação. Eu sou interessado na Estácio de Sá, isso é que é importante. Estou interes­sado no Brasil? Não, não estou interessado no Brasil. Na cidadania? Também não. Na solidariedade? Também não. Estou interessado na Estácio de Sá”. “As pesquisas não valem nada. A gente olha todo mundo fazendo tese, pesquisa e tal, mas não tem nenhuma sendo aproveitada, raríssimo, é uma inutilidade pomposa, é uma perda de tempo federal. As faculdades privadas não fazem pesquisa porque não querem jogar dinheiro fora”. João Uchôa Cavalcanti Netto, fundador da Estácio de Sá. Fonte: Jornal Folha Dirigida

Assembleias de professores em todo o estado6 de março de 2010 • SábadoPauta: campanha reivindicatória 2010

SEDEHORÁRIOLOCAL
Belo Horizonte10:00

Sinpro Cerp – Rua Tupinambás, 179 – 14º andar Centro – BH

Barbacena09:00  Sede da OAB – Conselheiro Lafaiete (Praça Barão de Queluz – 30 – Centro)
Cataguases  08:00 Rua Joaquim Peixoto Ramos, 92 – Centro – Cataguases
Cel. Fabricianoa confirmar Rua Rio Branco, 136 – Bairro dos Professores – Coronel Fabriciano (a confirmar)
Divinópolis09:00 Auditório da SEMED – Rua Minas Gerais, 1474 – Centro – Divinópolis
Gov. Valadares 09:00 Auditório da Escola Clóvis Salgado – Rua Barão do Rio Branco, 4 – Centro – Governador Valadares – ao lado do Fórum
Janaúba 09:00 Rua José Teotônio, 556 – Esplanada – Janaúba
Montes Claros 09:00Rua Januária, 672 – Centro – Montes Claros
Poços de Caldas17:00 Rua Mato Grosso, 275 – Centro – Poços de Caldas

Ponte Nova 

 10:00 Avenida Doutor Otávio Soares, 41 – salas 326/ 328 – Palmeiras – Ponte Nova
Pouso Alegre 09:00 Rua Dom Assis, 241 – Centro – Pouso Alegre
Uberaba10:00 Rua Alfen Paixão, 105 – Mercês – Uberaba
Uberlândia 09:00Hotel Presidente – Praça Tubal Vilela, 192 – Centro – Uberlândia
Varginha 09:00 Avenida Doutor Módena, 261- Vila Adelaide – Varginha

 

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