Notícias

Temer quer 40% do Ensino Médio a distância

20 de março de 2018

Foto: Fernando Bezerra/EFE

Temer e seu ministro da Educação, Mendoça Filho

Temer e seu ministro da Educação, Mendonça Filho

De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo, o governo já deu início às tratativas de aplicação da medida e, após a definição das diretrizes, quer que cada rede pública ou escola privada regulamentar formatos e ferramentas desse modelo de ensino.

A proposta autoriza que qualquer conteúdo escolar previsto no currículo possa ser dado a distância, o que levaria os alunos ter dois dias de aulas por semana fora da sala.

Segundo o governo, a medida “visa permitir a experimentação de novos recursos na educação”. No entanto, especialistas acreditam que a proposta vai precarizar o ensino, principalmente na rede  pública, que representa 88% das matrículas do ensino médio.

A proposta de educação a distância estabelece que ela pode ser realizada “desde que haja suporte tecnológico – digital ou não – e pedagógico apropriado”. Nas escolas de ensino médio do país, 60% não têm laboratório de ciências, 16% não têm laboratórios de informática e 34%, bibliotecas.

Com a reforma do ensino médio, aprovada em 2017, Temer encontrou uma brecha para o chamado “ensino online”, estipulando que 60% da carga horária contemple conteúdos comuns, a partir do que constar na Base Nacional Comum Curricular para a etapa .

Para as matéria à distância, isto é, com 40% restantes, haverá cinco opções (se houver oferta): linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. Porém, mais da metade dos municípios do país só tem uma escola de ensino médio, dificultando a oferta de cinco opções para os estudantes.

Mas acredita-se que o governo queira resolver o problema da falta de professores colocando 40% no ensino à distância.

Para o professor Nelson Pretto, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), pesquisador em tecnologia e educação, a medida é sinal de esvaziamento do ensino público de qualidade e falta de compromisso com investimentos.

“Fica claro um movimento de desresponsabilização do Estado brasileiro com a formação crítica e sólida da juventude, e também com a infraestrutura escolar”, disse ele à Folha, reforçando que “um processo dessa forma, joga ao cidadão toda a responsabilidade”.

Enquanto muitos especialistas apontam a necessidade do ensino integral para melhorar a formação de alunos, o governo corta em praticamente a metade. O próprio governo anunciou, junto com a reforma do ensino médio, um programa de incentivo a escolas de tempo integral (com ao menos 7 horas por dia).

Do Portal Vermelho, com informações da Folha

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Cataguases
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Paracatu
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha