A diretoria do Sinpro Minas recebeu nesta segunda-feira, 25/04, a visita da deputada federal Jô Moraes (PCdoB). Ela participou de um debate sobre a conjuntura política e avaliou a situação política e econômica do país como muito difícil. “Estamos vivendo um grave momento na história do país”, afirmou. Segundo ela, as elites trocaram os tanques pelas togas, mas ainda não ganharam. “Há resistência com manifestações nas ruas e a comunidade internacional se expressando contra o golpe”. Para a deputada Jô Moraes, é preciso que a população saiba que a agenda de um possível governo do vice-presidente Michel Temer vai trazer enormes prejuízos, principalmente para as áreas da saúde e educação.

Como a sra. avalia a situação no país?

Jô Moraes – Estamos vivendo um grave momento na história do país. Em primeiro lugar por conta da crise econômica que tem motivos internos, mas também que sofre os impactos da crise internacional. O mais grave é que, além da crise econômica, o setor das elites políticas desse país decidiu interromper as experiências positivas que o povo brasileiro estava vivendo com garantias de direitos e avanços. Estabeleceram um golpe institucional, trocando os tanques pelas togas para implantar o seu projeto de sociedade excludente e de concentração de riquezas.

É possível impedir o impeachement?

Nós enfrentamos grandes dificuldades porque os meios de comunicação, somando-se as elites brasileiras, deformam a informação e tentam transformar algo que é inexistente como crime de responsabilidade em algo factível. Nós aguardamos que aja uma pressão grande da sociedade demonstrando que não concordam com a desconstrução do estado democrático de direito. Nós fazemos um apelo para que o judiciário não jogue a constituição na lata de lixo da história com a legitimação desse golpe contra a presidenta Dilma e insistimos que as pessoas pressionem, sobretudo, os senadores para que não implantem um regime de autoritarismo, de desconstrução de direitos que está em curso neste país com o impeachement da presidenta Dilma que não cometeu crime de responsabilidade.

Sobre a votação do processo de impeachement na Câmara, o que a senhora tem a dizer sobre os pronunciamentos dos políticos ?

Eu lembraria um conto, onde uma criança, diante de um rei que atravessava o seu reino, grita: o rei está nu. No dia 17 de abril, a sociedade brasileira descobriu quem são os representantes que o poder econômico elegeu para defender a estrutura do estado brasileiro e os direitos dos cidadãos. Porque esta é a Câmara do poder econômico. A Câmara dos mais ricos herdeiros do poder oligárquico, de famílias ricas que fazem do seu sobrenome uma porta para chegar ao poder político. Por isso, eu acho que desnudado o rei, que são os representantes eleitos pelo povo, o povo vai fazer mais e melhor escolher, para que os escolhidos não sejam aqueles algozes de seus direitos.

Ouça a entrevista pela Rádio Sinpro Minas

Fique por Dentro: Jo Morais avalia conjuntura atual