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O número de candidatos com a palavra “pastor” no nome cresce 25%

16 de setembro de 2016

Nas eleições municipais deste ano, 2.759 candidatos usam a alcunha “pastor” em seu nome, de acordo com reportagem do G1, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa um crescimento de 25% em relação à eleição anterior, em 2012.

É um crescimento substancial em tão pouco tempo. Mas se enquadra no crescimento da população de evangélicos no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1980, os evangélicos eram 6,6% da população e em 2010 eram 22,2%.

O IBGE mostra que a maioria é de igrejas pentecostais. E pelo que diz o sociólogo e escritor Paul Freston, professor catedrático em religião e política da Wilfrid Lauries University, do Canadá, isso explica o fundamentalismo religioso no Congresso, já que a maioria dos parlamentares eleitos são pentecostais, como o pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

Freston explica que “por ser uma forma mais entusiasmada de religiosidade, depende menos de um discurso racional, elaborado. Por isso pode-se dizer que a igreja pentecostal também tem esse poder de inverter as hierarquias sociais”.

Ele conta também que “por ser mais próxima da cultura do espetáculo e menos litúrgica, também são as igrejas pentecostais que se dão melhor com as mídias”. Não é à toa que as mídias religiosas crescem vertiginosamente.

A reportagem do G1 apresenta algumas curiosidades. Neste ano são 6.600 de candidatos com referências religiosas em seus nomes. Além dos mais de 2.000 que usam a palavra “pastor”, 557 usam “pastoras” e 15 utilizam variações como “pastorzinho” e “pastorzão”, além de 39 que usam referência a outro pastor no nome.

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Também existem 2.186 candidatos registrados como “irmão” e 841 como “irmã”, 150 que utilizam o termo “padre” antes do nome e 44 políticos que utilizam algum padre como referência, informa o levantamento do G1.

“A bancada evangélica vem fazendo estragos nas questões dos direitos humanos, principalmente relacionados às mulheres, à comunidade LGBT, aos negros e negras e outros direitos fundamentais da pessoa humana”, diz Angela Meyer, líder da juventude em São Paulo.

Para tanto, foi registrada em 2015 a Frente Parlamentar Evangélica (FPE), com 203 signatários, conforme informação da Câmara dos Deputados. Além de evangélicos a FPE com a adesão de católicos, ligados à Renovação Carismática, também ultrarreacionária.

De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar esse é o Congresso mais conservador desde 1964. Na atual legislação a bancada evangélica conta com 84 deputados e 3 senadores, com maioria pentecostal. Na Câmara dos Deputados eles se aliaram à chamada bancada da bala e do boi, o que constitui a bancada BBB, que também conta com católicos carismáticos.

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“O Congresso conta com dezenas de projetos que retiram direitos e investimentos em educação e saúde. Querem proibir o aborto até em caso de estupro, querem reduzir a maioridade penal como forma de punir a juventude combativa e lotar as prisões, que serão privatizadas”, adverte Meyer.

Fonte:  Portal CTB (Marcos Aurélio Ruy)

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