Notícias

CTB pede na Justiça a cassação de Bolsonaro

27 de abril de 2016

A Secretaria da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entrou na Justiça com pedido de cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pela incitação pública à violência e em especial ao crime de tortura no Brasil na Câmara de Deputados.

A peça jurídica se refere às declarações de Bolsonaro durante a declaração de voto ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no domingo (17).

“Ao ‘homenagear’ o coronel Brilhante Ustra, Bolsonaro incitou, banalizou e festejou crimes de tortura em uma clara alusão ao que sofreu a presidenta Dilma, no período da ditadura civil-militar (1964-1985), sob as ordens desse militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador”, justifica a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, a sergipana Ivânia Pereira.

“O pavor de Dilma”

Em um dos trechos do discurso na Câmara, Bolsonaro disse com euforia que “(…) pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim”.

Apesar de se proclamar cristão, Bolsonaro (militar da reserva) é conhecido pelas furiosas declarações de extrema-direita. Conhecido por posições machistas, homofóbicas, misóginas e em defesa da prática da tortura.

“E desta vez, a sociedade tem de reagir de forma mais contundente. Bolsonaro foi longe demais. A CTB entende que fomos todos e todas agredidos com aquelas declarações, enquanto eleitores e eleitoras e cidadãos brasileiros, patriotas e democráticos. Mas em especial, enquanto mulheres. A fúria de Bolsonaro foi dirigida à primeira mulher que hoje ocupa o mais alto cargo da República brasileira, inclusive eleita democraticamente pelo povo”, diz Ivânia.

ivania pereira carla trindade

A advogada Carla e a sindicalista Ivânia encaminham ação judicial contra Bolsonaro

Liberdade expressão x limites

O presidente da CTB, Adilson Araújo afirma que atualmente, “no Congresso Nacional e em outros legislativos temos observado o retrocesso político e a intensidade de discursos de negação dos direitos individuais e coletivos de forma deplorável, como esse em que incitou com tom de neutralidade a violência e a tortura. Bolsonaro precisa ser punido para que a população possa fazer a reflexão sobre diferenças entre liberdade de expressão e os limites da legalidade. Incitar violência e tortura é crime hediondo, previsto na nossa legislação”.

A ação da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CTB será patrocinada pela advogada e historiadora sergipana Zélia Trindade. Trindade é feminista, atuou no movimento social e estudantil na Universidade Federal de Sergipe.

“Estou lisonjeada em receber essa missão da CTB. Acompanhei as declarações do deputado e o que nos causa maior indignação é que foram ditas em rede nacional, em uma Casa Legislativa, sem nenhum constrangimento ou pudor”, afirma Zélia.

Déa Jacobina – Seeb-SE – Foto: Fernando Frazão

Fonte: Portal CTB 

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha