As escolas de todo o país serão obrigadas a exibir filmes de produção nacional, no mínimo, duas horas por mês. A lei 13.006, assinada em junho deste ano, pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Educação, José Henrique Paim, modifica o texto das diretrizes básicas da educação do país, incluindo a exibição dos filmes nacionais como componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica das escolas.
De acordo com a diretora do Sinpro Minas e coordenadora do cineclube do sindicato, Terezinha Avelar, o cinema em sala de aula significa mais que ilustração de temas. “Um filme motiva alunos e, além disso, enquanto linguagem autônoma, é portador de sentidos e pode dialogar com conteúdos mais variados das disciplinas. Entretanto, para um bom resultado, o cinema precisa ser uma atividade prazerosa e bem preparada. Não pode ser algo para preencher horário vago ou ser obrigatório. Isso faz perder a proposta educativa”, avalia.
Para Terezinha Avelar, tudo precisa ser pensado com cautela, desde a escolha do filme de acordo com a idade e maturidade dos alunos, as circunstâncias em que é apresentado, o tempo de exibição, o espaço físico arejado com acústica e iluminação adequadas, até uma boa conversa logo após, para ajudar os alunos a expressarem suas ideias, dúvidas e opiniões. “O filme transcende as fronteiras do interesse e da motivação e abre possibilidades de espaço para discussão, interpretação e inquietações de cada um”, diz.
Trabalhar com o cinema em sala de aula, segundo a professora, é propiciar aos alunos o acesso a mais aprendizados de forma lúdica e criativa. “Assim, a seleção dos filmes pode ou não ter alguma articulação com os conteúdos a serem trabalhados na sala de aula, mas precisam ser bem escolhidos. Além disso, logo após a exibição e a conversa com os alunos, o professor precisa sentir, pelo envolvimento e desejo dos alunos se cabe ou não algum desdobramento, alguma ação como campanhas educativas (por exemplo, contra o bullyng) ou um festival de música. Porém, nunca uma atividade avaliativa, pois seria uma verdadeira desconstrução didatizar a sétima arte”.
Em Belo Horizonte, a Oficina de Imagens (ONG que trabalha com Comunicação e Educação), desenvolve o projeto Cineclube Sabotage que é a exibição de um filme nacional por semana, seguido de um bate-papo com os alunos, dentro da Escola Municipal Alcida Torres, no bairro Taquaril, desde 2009. Para a coordenadora do projeto, Nádia Rodrigues Pereira, o cinema é um grande aliado da educação e, assim, “a nova lei representa uma cadeia de mudanças importantes. Será uma mola propulsora, pois a obrigatoriedade criará um hábito, formando um novo público. Infelizmente, no Brasil, independentemente da classe social, não existe um grande público com a cultura do cinema. E estes novos amantes da arte, por sua vez, provocarão a demanda por uma maior produção nacional, com qualidade, principalmente de filmes para crianças e adolescentes”, destaca.
Segundo Nádia Pereira, por outro lado, a escola também terá que pensar em novas práticas e tecnologias de trabalho, desafiando inclusive os professores a se prepararem para se apropriar desta nova linguagem. “O interessante é que não só o professor de História ou Literatura, mas o de qualquer disciplina pode participar desta proposta, pois a Física, a Matemática, a Biologia, a Química estão na nossa vida em todas as situações. E o cinema fala da vida”, afirma.
Por Nanci Alves
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