A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB Minas, realizou no último final de semana, em Belo Horizonte, o 3 Encontro Estadual das Mulheres. Nossa sociedade apresenta um machismo crescente, assim como a violência contra mulheres, com frequentes assassinatos, além da realidade de salários 30% menores do que o dos homens na mesma função no mercado de trabalho. “Tudo isso gera um impacto, na vida das mulheres e de suas famílias, que precisa ser avaliado por cada um de nós. Precisamos nos organizar e refletir junto com a sociedade e, em especial, com as próprias mulheres, para não reproduzirmos mais esta realidade machista”, afirma a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira.
Segundo ela, a proposta do Encontro foi discutir o contexto atual do país, em que a divisão sexual do trabalho e as relações de poder são situações concretas que levam as mulheres a formularem um conjunto de ações e intervenções que a valorizem cada vez mais. “A ideia é propor formas de atuações cetebista em Minas Gerais. Queremos capacitar e emporderar as mulheres, dando a elas visibilidade nas ações dentro da nossa Central”, explica.
Para Ivânia Pereira, este é um problema antigo, mas possível de mudanças. “A cultura se tornou machista e começou ver a mulher como propriedade do homem quando a sociedade passou a ser dividida em classes. A classe que tem a propriedade dos meios de produção (a propriedade privada dos bens) começou a enxergar a mulher como um ser inferior, sendo governada pelo proprietário dos meios de produção, os homens. A alternativa que temos de alterar a repercussão da violência da vida das mulheres é introduzindo, no conteúdo escolar, esta nova mentalidade. Um bom conteúdo nos livros didáticos, com abordagem diferenciada, da mulher como cidadã de direito, da família como unidade e com compartilhamento das tarefas domésticas dentro das residências, retirando das costas, apenas da mulher, este papel que vira uma dupla jornada de trabalho”, ressalta.
Quando o tema é participação política, a situação parece mais grave. As últimas eleições mostram que a mulher ainda é subrepresentada no parlamento brasileiro, apesar de ser 52% da população e do eleitorado. Ela representa menos de 10%, sendo que o Congresso se mantém masculino, branco e empresarial. Para Ivânia Pereira, as mulheres não estão votando nas mulheres porque o problema começa dentro dos próprios partidos políticos, onde a mulher não tem muita visibilidade. “Os partidos e tudo em seu contexto, como o financiamento de campanha, favorecem os homens, reduzindo drasticamente a possibilidade de vitória para as poucas candidatas. “Por isso, estamos à frente da Campanha pela Reforma Política Democrática que, entre outras propostas, pede a alternância na lista de candidatura e o fim do financiamento privado, que é a porta aberta para a corrupção. Tudo isso vai favorecer maior visibilidade para a mulher e para outras minorias como o trabalhador rural, o negro e o indígena que também não estão representados no Congresso”, afirma.
Ivânia Pereira acrescenta que outro tema que agrava a realidade da mulher brasileira é a proposta de legalização da Terceirização do Trabalhado, que deve ser votada no Congresso no início deste mês. ” Terceirizar é ruim para todos, mas ainda pior para as mulheres, pois de acordo com dados do Dieese, a maioria do trabalhador terceirizado é mulher e jovem. O terceirizado tem salário muito inferior, perde suas garantias trabalhistas e, muitas vezes, corre mais risco de morte pela falta de investimento na segurança do trabalho. Por isso, a CTB credita que um dos caminhos é o fortalecimento dos sindicatos. Todo trabalhador deve participar das atividades de seu sindicato e lutar junto com sua categoria, pois, caso este Projeto seja aprovado no Congresso, será muito danosa a repercussão na vida de todo trabalhador, em especial, das mulheres e de suas famílias”, finaliza.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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