Uma noite de histórias, alegrias, reconhecimento e empoderamento feminino! Assim foi o lançamento da 9ª edição da revista Elas por Elas (acesse) e entrega da Comenda Clara Zetkin, no dia 24 de junho de 2016, no Sindicato dos Professores, em Belo Horizonte.
O evento apresentou a edição anual da revista e homenageou com a Comenda 22 mulheres (veja a lista) que contribuem para dar visibilidade, mobilizar e fortalecer a luta pela igualdade de gênero e a emancipação feminina. A atividade teve transmissão ao vivo pela rádio Sinpro Minas e pela internet, e o vídeo na íntegra está disponível no youtube.
A presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato, ressaltou a importância da revista em um momento em que o machismo se manifesta na política, contra a presidenta eleita Dilma Rousseff e também contra todas as políticas pela igualdade de gênero. Em seu discurso de abertura, ela falou sobre as violências vividas diariamente pelas mulheres como o assédio e a dupla jornada de trabalho e reafirmou o compromisso do sindicato em seguir na luta contra qualquer retrocesso nas conquistas das mulheres, assim como de todos os trabalhadores.
Ventania feminista
A professora Lavínia Rosa, representante do Conselho Editorial da revista Elas por Elas (na foto, junto à equipe da revista), falou sobre a necessidade de se fortalecer a luta pela igualdade de gênero na atualidade. Ela destacou a importância do Sinpro ter uma presidenta mulher, a terceira em mais de 80 anos de história. “Existe uma ventania feminista por aí e isso significa transformação”, afirmou.
Como um ato de solidariedade, os/as participantes do evento doaram pacotes de absorventes, destinados às mulheres em privação de liberdade, um dos temas retratados na revista. Maria Teresa dos Santos, presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, e uma das homenageadas com a medalha, disse que não possui estudo nenhum, não passou por universidade, mas que que assume o compromisso de seguir lutando por uma sociedade sem grades.
Os desafios e a superação de mulheres com deficiência em nossa sociedade foi uma das pautas da revista. Olívia Souza Silva, uma das entrevistadas, que perdeu progressivamente a visão, se emocionou ao receber uma versão em Braille (sistema de leitura com o tato) da matéria em que participou. Mas a emoção não foi vivida apenas por Olívia. A matéria em Braille foi entregue pelas mãos do pequeno Mateus José, de 5 anos, que tem a síndrome de Down e é filho da jornalista Cecília Alvim, que escreveu a reportagem. Ela fez uma reflexão sobre a necessidade da promoção de políticas inclusivas e ações de acessibilidade para as pessoas com deficiência, nas escolas e em diferentes espaços, para a construção de uma sociedade que realmente respeite e valorize a diversidade.
Uma realidade melhor é um compromisso também com as vidas que ainda estão por vir. Como afirmou a enfermeira homenageada Kleide Ventura, “para mudar o mundo, precisamos mudar a forma de nascer”. Destacou que seu papel como enfermeira obstetra é fortalecer as mulheres no momento do parto e denunciou o estímulo às cesarianas no país.
A defensora pública Júnia Roman, também homenageada com a medalha Clara Zetkin, levantou uma reflexão sobre a importância de meios alternativos para ajudar na construção do empoderamento feminino. “Eu gosto de dar entrevista para o Sinpro porque as suas mídias são honestas. Na grande mídia, temos medo de como será usada nossa fala. A revista é fantástica”, elogiou.
A bonequeira Conceição Rosière destacou o papel da arte e da cultura na construção de uma nova sociedade e citou Bertolt Brecht, em homenagem a todas as mulheres presentes: “Há os que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.”
Além de outros discursos que saíram do coração, abrindo as páginas de vidas repletas de desafios, mas também de poesias e coragem, Libernina, jovem trans de 21 anos, falou da emoção em se ver na capa da revista e dedicou essa alegria a todas as pessoas trans, que enfrentam inúmeros preconceitos na vida. Deixou também a reflexão sobre a necessidade do empoderamento feminino e do reconhecimento da diversidade em ser mulher.
Em uma sociedade marcada pelo poder patriarcal, o evento anual realizado pelo Sinpro Minas se constrói como um espaço de falas femininas e feministas com diversidade na voz, idade e formação, consolidando a resistência das mulheres por uma sociedade sem opressões.
Leia a revista Elas por Elas 2016.
Veja a lista das homenageadas com a Comenda Clara Zetkin 2016.
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