Por Railídia Carvalho
Portal CTB
A sindicalista Valéria Morato explicou ao Portal CTB que as ações do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) vão se adequando a cada nova ofensiva do Governo Federal. “O governo aproveita a pandemia para fragilizar ainda mais as relações de trabalho”, concluiu Valéria, que é presidenta do Sinpro-MG e presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras no Estado. Ela é a nova entrevistada da série CTB Entrevista em que lideranças da Central compartilham as ações realizadas pelos sindicatos nos diversos estados do país para preservar vidas e evitar perdas de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Valéria Peres Morato Gonçalves é pedagoga com atuação há mais de três décadas na educação básica nas redes pública e privada. Iniciou a participação no movimento sindical nos anos 90 na cidade de Divinópolis (MG). É membro do Fórum Estadual de Educação de Minas Gerais e também do Fórum Municipal de Belo Horizonte. É dirigente do Sinpro Minas desde 1997 e em 2016 foi eleita para a presidência da entidade. Foi a primeira mulher a assumir a presidência da CTB em Minas. Foi secretária-adjunta de educação em Divinópolis. Atualmente também faz parte da diretoria da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee).
Confira a entrevista na íntegra:
Portal CTB: Como você avalia as Medidas Emergenciais para o enfrentamento do coronavírus (Covid-29), manutenção do Emprego e da Renda anunciadas pelo governo Bolsonaro até agora?
Valéria Morato: Foram medidas que sacrificam os trabalhadores que conseguirem manter seu emprego. Perdas salariais e de representatividade. O governo aproveita a pandemia para fragilizar ainda mais as relações de trabalho.
Portal CTB: Quais os impactos da crise na sua categoria? Houve paralisação parcial ou total das atividades? Se não houve interrupção total, quais as medidas que estão sendo adotadas para preservar a vida, a saúde e a segurança dos trabalhadores?
Valéria Morato:O Sinpro Minas conseguiu uma liminar para a suspensão das atividades nas escolas privadas por tempo indeterminado sem prejuízo dos salários. Entretanto, as atividades letivas estão sendo executadas por meio remoto o que tem gerado um alto grau de estresse e insatisfação dos professores que estão trabalhando uma carga horária muito maior do que trabalham normalmente e não têm a certeza de que essa carga horária será contada como aulas dadas.
Portal CTB: O que está sendo feito para garantir emprego e salários? Como o Sindicato está atuando para garantir a negociação coletiva diante da pressão das empresas pelo acordo individual? Quantas demissões ocorreram na sua base até o momento?
Valéria Morato: A liminar conseguida pelo Sinpro MG ampara os professores no sentido de garantir a remuneração e também ampara as negociações entre as partes da ação, ou seja os 2 sindicatos. Ainda assim temos recebido inúmeras solicitações de acordo para redução de carga horária e salários conforme garante a MP 936. Estamos analisando caso a caso e validando aqueles em que não haverá perda para os professores e professoras.
Portal CTB: O que fazer nesta conjuntura complexa? Qual o caminho?
Valéria Morato:Não tenho respostas para essas perguntas. Temos vivido um dia por vez e nos adequando a cada dia de acordo com a nova ofensiva do governo. Penso que o que é possível é a utilização das redes sociais para atingir a categoria no sentido de informar o que a grande imprensa não faz.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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