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Alunas brasileiras vencem concurso de ideias inovadoras de Harvard

24 de outubro de 2014

Duas estudantes brasileiras foram selecionadas em um programa que incentiva projetos inovadores de empreendedorismo social promovido por alunos da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. No total, entre 80 inscritos, além de Georgia Gabriela da Silva Sampaio (à esquerda) , de Feira de Santana (BA), e Raíssa Müller (à direita), de Novo Hamburgo (RS), ambas com 19 anos, outros três participantes vindos do Sri Lanka, Nepal e Filipinas, foram premiados. Em novembro, eles vão participar de um conferência no campus de Harvard para expor seus projetos para investidores do mundo todo e conhecer a universidade.

 

Chamado de “Village to Raise a Child” (significa “Vila por Trás do
Jovem”), o evento realizado pela primeira vez por um grupo de alunos,
ex-alunos e professores de Harvard tem objetivo de tornar conhecidas
ideias que impactem a comunidade em que os autores vivem. “A ‘vila’
significa bairro, comunidade, escola ou qualquer grupo social por trás
desse jovem. Há sempre uma ‘vila’ atrás de uma ideia, de um projeto e
nosso critério mais forte foi o de premiar ideias que impactem a
comunidade”, diz o brasileiro Renan Ferreirinha Carneiro, de 20 anos,
que integra a comissão organizadora do evento e cursa o 2º ano de
economia e ciências políticas em Harvard.

Uma das premiadas é Georgia Gabriela da Silva Sampaio que pesquisa a
criação de um método menos invasivo e mais barato, por meio de um exame
de sangue, para o diagnóstico da endometriose, doença que acomete as
mulheres. Ela começou a pesquisar o assunto há três anos, depois que tia
foi diagnosticada e teve de extrair o útero, e Georgia cogitou a
possibilidade de herdar a patologia, hipótese descartada até o momento.

“Fiquei pensando no contexto social e econômico e como as pessoas são
privadas de ter um diagnóstico e se tratar. Desenvolvi um método de
diagnóstico que pode ser feito através de marcadores biológicos que
depois vai ser adaptado para um exame de sangue”, diz Georgia. Segundo
ela, cientificamente não é uma ideia inédita, porém os pesquisadores
“nunca foram adiante para trazer para a realidade.”

Georgia lembra que o diagnóstico da endometriose, inicialmente feito
por exame de ultrassonografia, e o tratamento, que até prevê uma
indicação cirúrgica, é muito restrito. “Esse olhar é voltado para minha
comunidade, me senti incomodada com a possibilidade de muitas mulheres
nem conseguirem ser diagnosticadas. Quero dar continuidade à minha
pesquisa com ajuda de um orientador.”

A estudante concluiu o ensino médio no ano passado e neste ano vai
disputar uma vaga em uma universidade americana, onde pretende conciliar
cursos de engenharia e algo no campo das ciências biológicas.

Esponja para absorver óleo

A segunda brasileira vencedora é a estudante do ensino técnico em
química Raíssa Müller que criou uma espécie de esponja que repele água e
absorve óleo e poderia, por exemplo, ser utilizada em acidentes com
derramamento de óleo no mar. “É um filtro que funciona com criptomelano,
que é um mineral pouco conhecido e tem com propriedade ser poroso. No
primeiro processo aumentei a tamanho do poros e no segundo fiz uma
cobertura de silicone para repelir água e absorver óleo.”

Nenhuma substância química tem esse poder, segundo Raíssa, que lembra
que a palha de milho também é usada para este fim, mas depois precisa
ser queimada. “Ao utilizar o filtro, o óleo pode ser absorvido e
recuperado depois para que seja revendido, e o filtro pode ser
reutilizado.”

Agora a estudante pretende fazer testes do produto em grande escala
para verificar a aplicabilidade. “Ser selecionada no prêmio foi muito
bom, é um reconhecimento para mim, para minha região. Quero expor minha
ideia e minha pesquisa.”

Raíssa vai concluir o ensino técnico de quatro anos em 2015, e
pretende em seguida disputar uma vaga em uma universidade americana,
para mesclar estudos de psicologia e neurociência. “É a química do
cérebro, para mim está tudo interligado.”

As brasileiras, assim como os demais estudantes selecionados no
concurso, estão com uma campanha na internet para arrecadar fundos aos
projetos. Para ter acesso aos vídeos que explicam as ideias e fazer as
doações acesse o link www.crowdrise.com/villagetoraiseachildprojects/fundraiser/

Vanessa Fajardo

Fonte: agenciapatriciagalvao.org.br

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