Reunidas na tarde desta segunda-feira, 29/05, na sede da UGT-MG, as centrais sindicais em Minas definiram pela criação de uma rede de apoio e proteção ao aposentado mineiro Carlos Geovani Cirilo e à família dele. Seja do ponto de vista afetivo, seja do ponto de vista financeiro, material e de segurança.
Geovani, como é mais conhecido, foi um dos manifestantes feridos durante a manifestação em Brasília, no dia 24 de maio, em protesto às reformas do governo Temer. Ele levou um tiro que acertou o maxilar e há indícios de que a bala tenha vindo de arma de fogo.
O aposentado continua internado no Hospital de Base, na capital federal, e o quadro clínico é considerado grave. Ele é aposentado do hospital João XXIII, de Belo Horizonte, e da coordenação dos aposentados da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG).
Nota conjunta
Na reunião desta segunda-feira, as centrais sindicais deliberaram pela publicação de uma nota conjunta de solidariedade ao aposentado e de repúdio à truculência, à arbitrariedade e aos excessos cometidos pela polícia, exigindo a apuração rigorosa dos fatos e punição dos culpados.
Participação mais ativa de Minas
Uma carta será encaminhada ao governo de Minas, cobrando uma participação mais ativa do Estado e que se manifeste publicamente sobre o ocorrido, exigindo ações efetivas das autoridades de Brasília para garantir os cuidados necessários à plena recuperação de Geovani, bem como a proteção à sua integridade física.
“Desde que ele deu entrada no Hospital de Base, tanto os familiares como nós, companheiros do movimento sindical, tivemos dificuldades em saber informações precisas e reais sobre seu quadro clínico. Somente no domingo, depois de muita insistência, é que conseguimos ter acesso ao relatório médico por parte do hospital”, afirma o coordenador geral da Asthemg, Carlos Martins.
Apoio médico
Neste sentido, também será solicitado ao governo de Minas que seja disponibilizado um médico da rede pública do Estado para que possa ter acesso aos boletins e laudos e acompanhar de perto a evolução do tratamento. Até mesmo para avaliar a possibilidade de uma possível transferência dele para o Pronto Socorro João XXIII.
Além disso, que sejam liberados companheiros de Geovani que ainda estão na ativa para estar com ele no hospital. Há dois filhos de Geovani em Brasília, mas a família está emocionalmente abalada. O apoio externo dos amigos é fundamental nesse momento difícil.
Diretores da Asthemg e da UGT-MG estiveram na capital federal nos dias imediatamente posteriores ao ocorrido e retornaram a Belo Horizonte ontem, 29/05. A ideia é que haja revezamento para que o aposentado e familiares não fiquem sozinhos.
Plenária em Brasília e Audiência Pública na ALMG
Em Brasília, será realizada amanhã, 31/04, uma plenária com representações dos movimentos sociais, centrais sindicais, entidades de direitos humanos, ativistas etc. Será no plenário 14 da Câmara dos Deputados, às 19h, com a presença de familiares de Carlos Geovani Cirilo.
O objetivo é discutir a violência arbitrária verificada em Brasília, numa clara repressão às manifestações de rua e aos movimentos sindicais e sociais. A ideia é que saia um documento em nível nacional de combate a essa prática, que vem crescendo dia após dia. Inclusive, denunciando aos organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Foram 49 feridos e entre eles há outro mineiro, um estudante da Universidade Federal de São João Del Rei que perdeu a visão de um olho após ser atingido por uma bala de borracha.
Na Assembleia Legislativa de Minas já há um pedido para a realização de audiência pública, com os mesmos objetivos.
Ato público de solidariedade e contra a repressão
As centrais sindicais planejam, ainda, realizar um ato público na capital mineira em solidariedade às vítimas da repressão em Brasília, em data e horários a serem definidos posteriormente.
Cada representante presente na reunião de ontem se comprometeu a dar ampla visibilidade ao caso, para que não caia no esquecimento. E mais, para deixar claro às autoridades de Brasília que Minas está atenta para que as devidas providências seja adotadas.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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