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Com carteiras emprestadas, estudantes retomam a rotina

11 de fevereiro de 2010

Alunos da Escola Estadual Professora Yolanda Martins, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, que, na semana passada foram submetidos a um esquema de rodízio para assistir às aulas por falta de carteiras nas classes, receberam ontem os móveis. O material foi emprestado por uma escola da região e será usado até que seja concluída a licitação para compra de mesas e cadeiras novas.

A diretora da Superintendência Regional de Ensino Metropolitano B, Suzana Martins, informou ontem que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) tem os R$ 9.800 necessários para a compra definitiva de novas carteiras. Para o diretor da escola, José de Moraes, a solução, ainda que provisória, vai aliviar o desconforto dos alunos das 7ª e 8ª séries, os mais afetados pela superlotação das salas. Com um número de inscritos maior que o de carteiras na escola, pelo menos 200 estudantes de três turmas do ensino fundamental e de uma do ensino médio tiveram que aderir ao revezamento na quinta e sexta-feira da semana passada.

Ontem de manhã, a reportagem de O TEMPO assistiu parte da aula em uma das turmas que recebeu as carteiras. Numa sala de 40 m² estavam 47 alunos. Os estudantes colocados mais à frente na sala ficaram praticamente colados ao quadro negro. Andar pela sala era praticamente impossível. Com o calor forte, era fácil perceber a irritação e agitação dos alunos.

A professora Francislene Magna explicou que, com tantos alunos na classe, fica mais difícil ensinar e ainda conseguir a atenção dos estudantes. A professora contou que há dias em que ela chega a perder dez dos 50 minutos de aula apenas para organizar a turma. “É impossível esclarecer as dúvidas de todos os alunos. Não dá tempo”.

A representante da Secretaria da Educação disse que o problema da superlotação nas turmas de 7ª e 8ª séries da escola foi provocado pela demanda de alunos além do previsto. Suzana Martins admitiu a possibilidade de transferência de estudantes para outras escolas da região, mas não explicou por que o problema não foi solucionado antes do início do ano letivo.

Pesquisa Segundo dados de uma pesquisa feita no ano passado por 23 sindicatos e associações ligados à educação no Estado, entre elas a União Estadual dos Estudantes, União Colegial de Minas Gerais, União Nacional dos Dirigentes em Escolas Públicas de Minas Gerais e Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-Minas), 90% das 4.000 instituições estaduais de ensino em Minas têm algum tipo de problema de infraestrutura.

A Secretaria de Educação contesta a pesquisa, intitulada “Educação que temos, educação que queremos”, e afirma ter investido entre os anos de 2003 e 2009 mais de R$ 1,1 bilhão no setor.Segundo o subsecretário de Administração do Sistema Educacional da SEE, Gilberto dos Santos, atualmente pelo menos 200 escolas do Estado passam por reformas. “Essas solicitações de reformas ou de equipamentos é feita pela direção das instituições. Imediatamente a secretaria tem liberado verba.”

De acordo com o professor Gilson Reis, que preside o Sinpro-MG, o problema de infraestrutura é mais graves nas unidades localizadas nas regiões rurais do Estado e também em municípios mais pobres. Segundo Reis, escolas consideradas referência são as que mais recebem verba. O subsecretário nega a informação e alega que as verbas são liberadas de acordo com a necessidade das escolas.

NúmerosR$ 1,1 bi é o investimento feito pelo governo nas escolas estaduais de MG2,5 mi de alunos frequentam as instituições de ensino de todo o Estado

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Alunos de escola pública estão sem bebedouroNa capital e no interior são comuns outros exemplos de falhas na estrutura de algumas escolas públicas estaduais. Com uma legislação que estabelece o limite de 40 alunos por classe no ensino médio, há casos de escolas que são obrigadas a descumprir a lei.

É o que tem acontecido na Escola Estadual Professor Antônio Gonçalves Lana, em Ponte Nova, na Zona da Mata. Lá, diz a professora de química Fátima Amaral Ramalho, 56, algumas turmas abrigam até 45 estudantes. “Não há salas o suficiente, os meninos ficam ‘embolados’”.

Na Escola Estadual Mendes Pimentel, no bairro Fernão Dias, região Nordeste da capital, os alunos estão convivendo com um problema, que se agrava com o calor forte dos últimos dias.

Por causa da ação de vândalos, os estudantes iniciaram o ano letivo sem bebedouros e estão tendo que tomar água da torneira. “A água é quente. Isso sem contar as portas de algumas salas que estão quebradas”, disse a auxiliar de serviços gerais Maria Luiza da Silva, 48, que trabalha e estuda no colégio.

A direção da instituição reconhece o problema e diz que a solução encontrada até a instalação de novos bebedouros na escola, prometida pela Secretaria de Estado de Educação para depois do Carnaval, tem sido colocar jarras de água para os alunos. Apesar disso, os alunos reclamam e dizem que a quantidade de água oferecida nas jarras é insuficiente. (RR)

Fonte: O Tempo  Publicado em: 11/02/2010

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