Notícias

Crescimento não diminui as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho

6 de março de 2009

 

Segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o crescimento econômico que marcou 2008 permitiu que, de maneira geral, as taxas de desemprego caíssem, mas não contribuiu para a redução das desigualdades entre homens e mulheres, no que se refere ao desemprego, à ocupação e aos rendimentos.

 

Taxa de participação

 Após interromper movimento de expansão entre 2005 e 2007, a taxa de participação das mulheres na Região Metropolitana de São Paulo voltou a crescer, ao atingir 56,4%, em 2008, diante dos 55,1% no ano anterior. Entre os homens, também houve aumento, embora com menor intensidade (de 71,4% para 72,0%). 

 

Também na Região Metropolitana de Recife, após ter apresentado estabilidade entre 2006 e 2007, a taxa de participação das mulheres cresceu, passando de 42,8%, em 2007, para 44,5%, em 2008, a maior de toda a série pesquisada. Entre os homens, verificou-se crescimento menos intenso que o observado para as mulheres (de 61,6% para 63,4%).

 

Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho também foi a mais alta taxa da série, passando de 49,0%, em 2007, para 51,4%, em 2008, crescimento de 4,9%. Entre os homens, o crescimento foi menor (1,7%), de 65,8% para 66,9%. 

 

O Distrito Federal também registrou aumento da participação feminina no mercado de trabalho, entre 2007 e 2008, que passou de 59,4% para 60,2%. Entre os homens, a taxa manteve-se praticamente estável, assinalando, em 2008, o percentual de 71,4%.

 

Na regiões metropolitanas de Belo Horizonte e de Salvador, a participação feminina no mercado de trabalho se reduziu, passando de 54,1%, para 53,5%, e de 55,2%, em 2007, para 54,2%, respectivamente

 

Desemprego

 Na Região Metropolitana de SP, a taxa de desemprego total diminuiu pelo quinto ano consecutivo. Entre as mulheres, passou de 17,8%, em 2007, para 16,5%, em 2008. Entre os homens, decresceu com maior intensidade, tal como nos três anos anteriores, chegando a 10,7%. 

 

Em Recife, o movimento foi semelhante, ou seja, o desemprego feminino apresentou redução pelo quinto ano consecutivo, passando de 23,1%, em 2007, para 22,9%, em 2008, o menor patamar da série. Entre os homens, após um período de declínio nos três anos anteriores, a taxa de desemprego ficou estável em 16,9%, em 2008.

 

A taxa de desemprego total feminina na Região Metropolitana de Porto Alegre teve expressiva redução, ao passar de 16,0%, em 2007, para 13,9%, em 2008, a menor dos últimos 13 anos. A masculina decresceu numa proporção ligeiramente superior e ficou em 8,8%.

 

O Distrito Federal também tem apresentado redução das taxas de desemprego. Entre 2007 e 2008, a taxa caiu de 17,7% para 16,6%. Para as mulheres, a taxa assinalou a mesma tendência, caindo para 19,8% em 2008. 

 

Em Belo Horizonte, pelo quinto ano, o levantamento mostrou queda no desemprego feminino. A taxa de desemprego retraiu-se em 20,1% entre as mulheres, ao passar de 15,9%, em 2007, para 12,7%, em 2008, enquanto entre os homens a queda foi de 19,1%. 

 

Em Salvador, a taxa de desemprego total feminina diminuiu também pelo quinto ano consecutivo, ao passar de 25,3%, em 2007, para 24,1%, em 2008. Durante o mesmo período, a taxa da população masculina também decresceu, porém em proporções mais intensas, chegando a 16,5% no último ano.

 

Rendimento – Em 2008, em todas as localidades pesquisadas, o rendimento hora das mulheres foi inferior ao dos homens, como ocorria também em 2007. O menor foi verificado em Recife (R$ 3,44), região em que os homens recebiam R$ 4,20 por hora trabalhada; e o maior no DF, onde a mão-de-obra feminina recebia R$ 8,36 por hora trabalhada e a masculina, R$ 10,93. 

 

Relação família e trabalho na perspectiva de gênero: a inserção de chefes e cônjuges no mercado de trabalho

 

Todas as regiões onde o Sistema PED realiza a Pesquisa de Emprego e Desemprego elaboraram uma análise que procura verificar se há diferenças nas condições que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho caso tenham ou não companheiro e/ou filhos.

 

As maiores dificuldades são enfrentadas pelas mulheres chefes de família com filhos, sem cônjuge. Sua taxa de desemprego é, em geral, inferior do que a das mulheres cônjuges com ou sem filhos. Esta situação fica clara nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (taxa de desemprego de 11,2%), São Paulo (11,8%); Belo Horizonte (10,2%), Salvador (18,1%) e Distrito Federal (12,7%) onde as taxas de desemprego são menores para as mulheres chefes. Em Recife, a taxa de 18,2% é igual a apurada para cônjuges com filhos.

 

No entanto, em geral, esta mulher ocupa postos de trabalho com menor remuneração e mais vulneráveis. Dentre as regiões pesquisadas, apenas em Salvador o rendimento médio real por hora destas mulheres (R$ 4,93) tem valor equivalente ao das cônjuges em casal sem filhos, mas ambos são maiores que o das mulheres que tem filhos e um companheiro. Nas demais, o patamar de vencimentos é sempre inferior. Em todas as regiões, as mulheres que moram sozinhas têm o maior rendimento hora.

 

 

  Fonte: www.dieese.org.br

 

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha