Notícias

CTB condena prejuízos de fator previdenciário ao trabalhador

4 de dezembro de 2013

O IBGE divulgou a tabela de mortalidade de 2012, usada para o cálculo do fator previdenciário a partir de fevereiro de 2012. Trata-se simplesmente de uma projeção, mas cujo impacto nas aposentadorias é definitivo. E dessa vez, o achatamento no valor dos novos benefícios é o maior nos últimos onze anos: a redução média é de 1,8%, podendo chegar a 2,3% para os homens que requererem sua aposentadoria aos 62 anos de idade. 

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, emitiu nota condenando as perdas dos trabalhadores acarretadas pelo fator previdenciário.Desde a implantação do fator, em 1999, a redução média no valor das novas aposentadorias foi de 0,5% ao ano, com exceção de dezembro de 2003, quando o IBGE mudou a metodologia de cálculo e o confisco ficou em 11,6%, na média.

 No ano passado, em dezembro de 2012, o IBGE fez uma revisão da mortalidade de 2011 com base nos dados do Censo 2010. Essa atualização levou a um resultado inédito: ao invés de aumentar, a expectativa de vida diminuiu ligeiramente na população a partir de 55 anos e permaneceu a mesma na faixa entre 49 e 54 anos de idade. Por isso, o redutor aplicado nas novas aposentadorias ficou igual ou menor do que o usado nas aposentadorias concedidas até novembro de 2012.

 Isso pode indicar que as projeções do IBGE para a expectativa de vida foram superestimadas e acabaram não se confirmando no Censo 2010. Ainda assim, o que era apenas estimativa tornou-se um fato definitivo, com danos irreversíveis no valor das aposentadorias.

 Desta vez, o impacto dessas projeções é mais do que o triplo dos anos anteriores. Até quando os segurados terão que se sujeitar a tanta perversidade?

 O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, emitiu nota condenando as perdas dos trabalhadores acarretadas pelo fator previdenciário.

“O cálculo do fator previdenciário contém uma ironia cruel para a classe trabalhadora brasileira”, diz.

“A cada ano em que cresce a expectativa de vida da população cai o valor das aposentadorias. Isto ocorreu mais uma vez com a nova tabela do fator em vigor desde segunda-feira-feira (2) que embute um novo corte dos benefícios, estimado, na média, em 1,6%, depois que o IBGE anunciou o aumento da expectativa de vida no Brasil para 74,6 anos”, critica o sindicalista.

 O líder da CTB afirma que teoricamente, a vida fica mais longa para todos, mas o que devia ser motivo para comemoração torna-se um drama para muitos trabalhadores e trabalhadoras, para quem a velhice fica mais amarga e difícil em função do redutor do valor das aposentadorias. A nota assinala que segundo estimativas do advogado Sergio Henrique Salvador as perdas adicionais, que serão sofridas no curso do ano novo pelos que se aposentam, chegam a R$ 200,00 para os homens e a R$ 208,00 para as mulheres. Estas são mais prejudicadas precisamente porque têm uma expectativa de vida maior que seus pares masculinos.

 Adílson Araújo apresenta a questão em termos agudos: “Trata-se de um entulho neoliberal que, embora condenado pelo movimento sindical, foi mantido pelos governos Lula e Dilma em nome de uma política fiscal conservadora, aprisionada aos interesses da oligarquia financeira e defendida com unhas e dentes pela direita”. O fator previdenciário foi definido pelo senador Paulo Paim (PT-RS) como um ‘crime contra a classe trabalhadora’ e chegou a ser derrubado no Congresso Nacional em decisão que foi vetada pelo ex-presidente Lula.

 A CTB promete seguir na luta para acabar com esta aberração: “Apesar da pressão das forças conservadoras e da intransigência do governo, a CTB e demais centrais sindicais não abrem mão da luta pelo fim do fator previdenciário, que motivou uma nova manifestação unitária do movimento sindical em 12 de novembro e terá novos desdobramentos em 2014. Não vamos permitir a continuidade do arrocho das aposentadorias, uma covardia contra a classe trabalhadora perpetrada por FHC, que chamou os aposentados de ‘vagabundos’, e até agora perpetuada por seus sucessores”.

Finalmente, Adílson Araújo refuta os argumentos tecnocráticos: “O argumento de que o fim do fator pode agravar o desequilíbrio fiscal não se sustenta, pois omite a verdadeira causa do problema: o pagamento, regular e sagrado, dos extorsivos juros da dívida pública. Por sinal, a Selic teve uma nova alta, encerrando o ano em dois dígitos (10%), um presentão de Natal, cujo custo gira na casa dos bilhões de reais, que o Banco Central oferece a meia dúzia de ricos rentistas. Um triste contraste com o novo assalto ao bolso dos aposentados. Nossa resposta só poder ser uma: uma luta sem tréguas pelo fim do fator previdenciário e a mudança da política econômica”.

Portal Vermelho e CTB

Foto: Adílson Araújo – Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha