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Dilma afirma que seu governo e o de Lula jamais se omitiram sobre violência

21 de janeiro de 2014

Najla Passos

Agência Brasil

Brasília – A questão
da violência ocupou metade da entrevista que a presidenta Dilma Rousseff
concedeu às rádios Itatiaia e América, de Minas Gerais, na manhã desta
segunda (20). “Nós nunca lavamos as mãos. Outros governos fizeram isso,
mas não os nossos”, atacou Dilma, ao ser questionada sobre o porquê da
oposição acusar o governo federal de omissão na área. A partir da
pergunta lançada pelo repórter da Itatiaia, a presidenta aproveitou para
fazer um balanço da atuação do seu governo no setor, falando
ininterruptamente sobre o assunto.De acordo com ela, há
atribuições em relação à segurança pública que são exclusivas dos
Estados. Ainda assim, seu governo, sempre que solicitado, atuou em
parceria. “Toda vez que nós fomos demandados, nós oferecemos aos estados
uma grande atuação cooperativa”, disse a presidenta, exemplificando com
as atuações do governo federal na Copa das Confederações e no processo
de pacificação das favelas cariocas, em que até o Exército foi
disponibilizado, segundo ela não para enfrentar cidadãos brasileiros,
mas para atuar em logísticas.A presidenta também lembrou que o
governo federal tem atribuições específicas na área, que vêm sendo
enfrentadas e que têm ajudado a diminuir a violência nos estados. Como
exemplo, citou as operações nas fronteiras que, desde o início do seu
governo, resultaram na apreensão de 565 toneladas de drogas, 2,6 mil
armas e nas prisões de mais de 30 mil pessoas. “Isso é algo importante
porque, no enfrentamento do tráfico de armas e drogas nas nossas
fronteiras, nós evitamos o fortalecimento do crime organizado no nosso
território. Essas ações beneficiam estados longe da fronteira como Minas
Gerais, por há um fluxo de armas e drogas”, justificou.Antes
mesmo de ser questionada, Dilma Rousseff atacou o problema do sistema
penitenciário brasileiro, contabilizando os investimentos do seu
governo. “Nós estamos investindo no sistema penitenciário R$ 1,1 bilhão.
É dinheiro do orçamento da União que colocamos à disposição dos
governos estaduais, desde que eles tenham projetos, obviamente, para que
eles possam construir novos presídios. (…) Com esses recursos, a nossa
expectativa é que sejam construídas – e a maioria já está em processo
de construção – 47.419 novas vagas no sistema prisional estadual”.Ela
lembrou, ainda, que o governo tem também um sistema penitenciário
federal, de segurança máxima, que têm cumprido um papel chave para
diminuir a violência nos estados. Segundo a presidenta, esse sistema é
utilizado, principalmente, para abrigar presos que coordenam rebeliões e
ordenam ações violentas externas de dentro da prisão. “Nós temos esse
sistema e estamos construindo mais um presídio, aqui em Brasília. Há
hoje praticamente 500 presos no sistema penitenciário federal. (…) Só
em 2013, foram 21 estados que atendemos fazendo esta transferência.
(…) Após a implantação dessas prisões, houve visível redução no número
de rebeliões”, afirmou.Dilma falou ainda sobre a Força Nacional
de Segurança Pública, criada durante o governo Lula para dar apoio aos
Estados nas situações em que o Exército não pode atuar por força de lei.
Segundo ela, desde 2011, a força nacional atuou em 78 operações, em 22
estados, nos mais diferentes tipos de situação, como para ajudar a
conter os ataques violentos ocorridos em Santa Catarina, no início de
2013, e as mortes e decapitações no Complexo de Pedrinhas, no Maranhão,
nos últimos dias.Ela citou a atuação da força em outras ações,
como o programa Brasil Mais Seguro, que reduziu em 10% o número de
homicídios em Alagoas e, agora, foi ampliado para o Rio Grande do Norte,
Sergipe e Paraíba, além do programa Craque é Possível Vencer, já
implantado no Rio de Janeiro e São Paulo.A presidenta também falou da atuação diferenciada nas manifestações de junho. “As
manifestações eram legítimas e nós somos um país que devemos nos
orgulhar por não termos tratado e enfrentado reivindicações políticas
como se fosse questão de polícia. Não é. A reivindicação política é
justa, é legítima e pode ser feita. Mas, neste mesmo período, houve
também manifestações, aquelas em que as pessoas atuavam com as caras
tampadas, que eram a violência pela violência. Isso não é democrático e
tem que, de fato, ser reprimido e impedido de acontecer. Por que se você
é conivente com isso, você está incentivando a desordem”, afirmou.Mobilidade urbana e agricultura familiarQuestionada
pela Rádio América AM, a presidenta elencou os investimentos que seu
governo fez em mobilidade  urbana, especialmente na região da grande BH,
com a injeção de mais R$ 2,5 bilhões, via Programa de Aceleração de
Crescimento (PAC), em projetos lançados na última semana. “Nós colocamos
na questão da mobilidade urbana, R$ 140 bilhões em todo o Brasil, com
ênfase nos diversos modais, principalmente o metrô, que possibilita uma
circulação mais rápida, principalmente quando está articulado com outros
modais”. Conforme ela, só em Minas Gerais foram investidos R$ 6
bilhões, com outros R$ 2 bilhões de contrapartida do estado e dos
municípios.Na agricultura familiar, a presidenta citou a
liberação de 18 mil máquinas para municípios de até 50 mil habitantes e
do semiárido, que incluem 103 cidades de Minas Gerais. Ela acrescentou
que o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) já liberou um
total de R$ 21 milhões em crédito e o Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA), só em Minas, adquiriu R$ 225 milhões de 19 mil pequenos
agricultores. Lembrou também que a criação da Agência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) representará uma
verdadeira revolução no campo, ao levar o conhecimento técnico produzido
pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para 100 mil
médios agricultores e um milhões de pequenos, só neste primeiro ano da
sua implantação.Desafios da economiaQuestionada
sobre o desafio de manter a estabilidade econômica em ano eleitoral,
Dilma endureceu o tom. “Meu governo não faz isso em ano eleitoral. Faz
isso todo o ano. Desde 2011, nós estamos ali batalhando diariamente,
primeiro, para manter os fundamentos econômicos sólidos e, segundo, para
garantir investimentos em políticas sociais. Este é o desafio do
governo, e não por conta da eleição: em qualquer momento, em qualquer
segundo, em qualquer minuto”, afirmou.A presidenta acrescentou
que a inflação fechou 2013 dentro da margem de erro da meta prevista
(ficou em 5,91%, enquanto a meta era de 4,9%), mas garantiu que
continuará a trabalhar para aproximá-la ainda mais do centro da meta, o
que trará mais estabilidade ao país. Lembrou que o país continua
confortável em relação às reservas cambiais e que cumpriu o superávit
primário de R$ 75 bilhões. Por fim, aproveitou a deixa para convidar
estados e municípios a fazerem parte do compromisso nacional pela
robustez fiscal.Dilma encerrou a entrevista assegurando aos
repórteres que a reforma ministerial e o ano eleitoral não irão impactar
na liberação de recursos do PAC. “Os recursos do PAC não são
contingenciáveis. Chova ou faça sol, nós estamos pagando”, disse.
Segundo ela, a única possibilidade de ocorrer atraso na liberação de
recursos do PAC está relacionada às questões técnicas não previstas,
como problemas de engenharia. Créditos da foto: Agência BrasilFonte: Carta Maior

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