Índice dos que desaprovam passou de 44% para 54% de abril a junho. Governo, no entanto, não parece preocupado em arrefecer o mal-estar
Por Ana Luiza Basilio, na Carta Capital
A educação é a área que a sociedade mais desaprova no governo Bolsonaro, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira 27. O índice de desaprovação passou de 44% para 54% de abril a junho.
Os ataques do governo à educação podem ser o grande pano de fundo para a inflação da taxa. Em abril, o ministro Abraham Weintraub anunciou a polêmica decisão de cortar o orçamento das universidades UnB, UFF e UFBA, por terem desempenho acadêmico aquém do esperado e promoverem ‘balbúrdia’. As reações negativas à declaração levaram à expansão do contingenciamento orçamentário de 30% para todas as universidades e institutos federais, que seguem alertando para as dificuldades de manterem as atividades caso a situação não seja revertida.
Na quarta-feira 26, a Universidade Federal da Bahia informou por meio de nota que, entre os dias 8 de julho a 2 de agosto, período de recesso entre os semestres letivos, vai funcionar em horário especial, das 7h30 às 13h30, como forma de economizar taxas de água e luz, por exemplo.
A decisão, segundo a universidade, é de caráter emergencial, uma vez que mais da metade do orçamento da universidade encontra-se indisponível. “Trinta por cento estão bloqueados – o crédito está indisponível no sistema orçamentário federal – e 22% estão contingenciados – o crédito está previsto, mas sem data para ser liberado pelo Ministério da Educação”, afirma a UFBA em nota.
A publicação ainda afirma que ficam de fora do horário restrito a matrícula presencial dos alunos de graduação e pós-graduação, que acontecerão normalmente de 22 a 26 de julho; os laboratórios que realizam pesquisas e serviços essenciais, a prestação de serviços de tecnologia da informação e o restaurante universitário, que não vai deixar de atender os estudantes.
A Unifesp também se pronunciou no último dia 18 de junho sobre a sua situação diante do corte orçamentário. A nota garante que o bloqueio está mantido e que, embora tenha ocorrido um desbloqueio para atender a uma ordem judicial expedida pela justiça de Salvador, a contestação por parte da Advocacia-Geral da União (AGU) e a revogação pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região e fez com que os recursos fixassem novamente indisponíveis.
O comunicado, assinado pela pró-reitoria da universidade, afirma que as atividades podem ser interrompidas a partir do segundo semestre, caso o orçamento não seja desbloqueado e se não forem descontingenciados os limites de empenho.
O governo não parece se preocupar em arrefecer a tensão junto a educadores, profissionais de educação e estudantes que, inclusive, já protagonizaram duas manifestações e uma greve geral contra a atual gestão. A começar pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que abusa de tiradas e chavões em suas redes sociais e parece cada vez mais disposto a relativizar as críticas à sua pasta e polarizá-las com as gestões petistas anteriores.
Na última publicação, aliás, Weintraub entrou em um tema que vai para além dos limites do MEC. Se posicionou sobre o caso do militar que foi detido por suspeita de tráfico de drogas na Espanha por transportar 39kg de cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), que integrava a comitiva do presidente Bolsonaro, com uma dose extra de falta de bom senso.
“No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?”, escreveu o ministro em seu Twitter. A postagem inflamou as redes sociais que não economizaram em críticas ao gestor. Incomodado, o ministro voltou a se pronunciar nesta sexta-feira, dizendo que a sua conta no Twitter é pessoal e que, caso as pessoas queiram informações institucionais, que procurem as redes do próprio ministério.
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O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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