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Educação infantil: Encontro de professores aprofunda o debate sobre valorização

4 de julho de 2011

Com cerca de 140 participantes de 22 diferentes municípios, o Encontro de Professores da Educação Infantil do Setor Privado, promovido pelo Sinpro Minas, atingiu o objetivo de debater questões sobre a identidade e condições de trabalho dos profissionais desse segmento. O presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, reafirmou a necessidade de valorização dos professores e a importância de lutar pela unificação dos pisos salariais nas convenções coletivas de trabalho dos professores da rede privada, assim como estabelecer um plano de carreira e incentivos à formação continuada. 

 

Os participantes do evento aprovaram uma moção de apoio à greve dos professores da rede pública e outra de repúdio à Secretaria Municipal de Educação, em função das afirmações da secretária Macaé Maria Evaristo, em audiência no Ministério Público de Minas Gerais, no dia 8 de junho de 2011. Segundo ela “o trabalhador infantil possui atribuição de organizar tempos e espaços que privilegiam o brincar e, ainda, que o educador infantil não possui, dentre suas atribuições, o planejamento pedagógico”.

 

Leia as moções na íntegra

 

Moção de apoio à greve dos professores

 

Moção de repúdio à Secretaria Municipal de Educação

 

 

O Encontro teve inicio com a conferência da professora da FaE/UFMG, Isabel de Oliveira e Silva, que fez várias reflexões sobre a docência na educação infantil. Segundo ela, embora se tenha, desde a promulgação da atual LDB, a definição de que o profissional da educação infantil deve possuir formação como professor e que a educação infantil se caracteriza como direito da criança e das famílias, há ambiguidades que permanecem nas referências dos professores que atuam nesse segmento. “A educação infantil não pode ser pensada como algo homogêneo, e sim como algo plural”, defende.

 

Ao abordar a formação da identidade dos profissionais da educação infantil, a professora indagou: “Um bebê é aluno? É com essa identidade que eu o trato? Nos vêem como se fizéssemos o que é mais fácil, como brincadeiras etc. Essa visão está no imaginário social e entre os próprios professores”, reflete. 

 

Nos grupos de trabalho foram debatidos temas acerca da identidade, formação, valorização e condições de trabalho dos professores da educação infantil. Para a doutora em psicologia e consultora do MEC, Ângela Rabelo Barreto, um dos problemas da formação profissional está na baixa qualidade dos cursos. Segundo a professora, numa pesquisa realizada na licenciatura de Pedagogia foram analisadas as ementas de 71 cursos, sendo encontradas mais de 3.000 disciplinas.

 

A conclusão é que há um currículo fragmentado, com um conjunto de disciplinas bastante disperso. “Verificou-se que as abordagens são muito descritivas, sem relacionar a teoria com a prática. Poucos cursos propõem disciplinas que permitam algum aprofundamento em relação à educação infantil”, afirma Ângela.

 

Na oficina sobre valorização e condições de trabalho dos professores da educação infantil, a pedagoga Virgínia Ferreira Ramos, especialista em educação infantil, expôs vários aspectos da realidade vivenciada nas escolas. “Os professores da educação infantil ainda carregam uma cultura de que são pouco profissionais, que assumem uma função maternal. Mas como podemos delegar tantas atribuições a esse profissional sem lhes oferecer respaldo acadêmico, salarial e legislativo, que contribuam para a valorização e preservação do seu oficio: professor da educação infantil ?”, questiona.

 

 

 

 

 

 

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