Os impactos do novo ensino médio na carreira docente e na educação dos jovens estudantes brasileiros foram discutidos em uma live, nessa segunda-feira (29/11), promovida pelo Sinpro Minas. Mediada pela presidenta do sindicato, Valéria Morato, a live teve a participação do professor e pesquisador da Faculdade de Educação da USP Daniel Cara e da professora de Robótica e Biologia na rede Sesi-SP Paola Meneghin.
Aprovado em 2017, no governo Temer, sem a participação da comunidade escolar, o novo ensino médio está em implementação e, de acordo com os especialistas, vai ampliar a distância entre a educação pública e a privada e a desigualdade de oportunidades educacionais.
O novo modelo torna optativa a oferta de disciplinas essenciais, como História, Geografia, Filosofia e Sociologia, diminui a carga horária efetiva da formação básica e obriga as escolas a escolherem apenas dois dos cinco itinerários formativos ofertados.
Para o professor Daniel Cara, a função do novo ensino médio é formar estudantes a partir da visão neoliberal. “É a ideia de que cada cidadão possa ser empreendedor de si mesmo. Qual o problema decorrente dessa ideia? É que a pessoa vai ter toda a responsabilidade sobre o destino dela, como se as políticas públicas, o processo de distribuição de renda, a regulação das leis trabalhistas e a situação previdenciária não fossem importantes na vida dela”, disse o pesquisador da USP.
Na avaliação da professora Paola Meneghin, o novo ensino médio provoca a desprofissionalização da carreira docente e precariza as condições de trabalho dos professores. “Existe um pesquisador, o Stephen Ball, que vai dizer que existe um neoliberalismo com n minúsculo e outro com n maiúsculo. Um é a política econômica que se faz e o outro é o neoliberalismo das ideias, que fica enraizado dentro das pessoas, dentro das práticas. E esse neoliberalismo está tentando se enraizar dentro do sistema educacional”, argumentou a docente.
Para a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato, o contexto atual vai exigir da categoria ainda mais união, para resistir às novas tentativas de precarizar as condições de vida e trabalho dos professores. “Estamos vivendo um período muito desafiador, mas tenho certeza que resistiremos, como sempre fizemos, de várias formas possíveis, para garantir que a educação siga princípios humanistas, de promoção da igualdade e do desenvolvimento socioeconômico, com valorização do trabalho e da dignidade”, destacou.
Confira abaixo a live na íntegra.
Foto capa: Mídia Ninja
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O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
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