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Enem feminista: ponto a favor do debate sobre gênero

26 de outubro de 2015

A violência doméstica no Brasil é um problema grave que atinge toda a sociedade. Mesmo com iniciativas importantes como a Lei Maria da Penha e a classificação do feminicídio como crime hediondo, a cada duas horas, uma mulher é morta em condições violentas no Brasil. Nesse contexto, a escolha do tema “A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira” para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015 foi mais que pertinente, pois reforça a necessidade de refletir o que está por trás de estatísiticas tão alarmantes.

Para a diretoria do Sinpro Minas, a prova do Enem cumpriu o papel de conscientizar milhões de jovens de todos os cantos do país com uma repercussão que vai além dos quase 8 milhões de estudantes brasileiros que participaram do exame. “O enfrentamento da violência doméstica passa pela melhoria das condições de vida das mulheres na sociedade, incorporando medidas que impulsionem e contribuam para a construção de novas relações sociais de equidade de gênero”, afirma a vice-presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato.

O Sindicato faz esse debate através de seus vários instrumentos de comunicação como a Revista Elas por Elas, site, webrádio, jornal e programa de TV, como uma contribuição para que temas sobre questões de gênero sejam debatidos dentro e fora da sala de aula.

Num momento em que projetos conservadores e machistas tramitam no Congresso Nacional e uma onda de ódio, machismo e racismo circula nas redes sociais, a escolha do tema da redação do Enem deve ser comemorada como um passo audacioso para a educação e uma vitória da luta feminista.

Os temas sobre feminismo na prova geraram muitas discussões na mídia e nas redes sociais. Em entrevista ao portal G1, a farmacêutica Maria da Penha, que inspirou a criação da lei contra a violência doméstica que leva o seu nome, declarou que sua proposta para o problema da violência seria investir na educação para conscientizar as pessoas de que as mulheres, em seus relacionamentos, têm que ter seus direitos humanos respeitados. “E também que haja uma mudança da cultura machista, com a criação das políticas públicas onde a mulher possa denunciar, possa ser protegida, e o seu agressor possa ser punido. A finalidade da lei é exatamente punir o agressor. A gente não quer punir o homem, a gente quer punir o homem que não respeita sua mulher”, explicou.

A secretária Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, afirmou em nota a importância do tema para o avanço da sociedade. “Ter este tema debatido no Enem – a segunda maior prova de acesso ao Ensino Superior do mundo, ficando atrás só de um realizado na China- é um avanço para toda a sociedade quebrar com a banalização da cultura da violência”, disse.

Para desenvolver o texto do tipo dissertativo-argumentativo na prova do Enem, os candidatos tinham quatro conteúdos de apoio. Um deles era um cartaz de uma campanha contra o femincídio. Também havia um gráfico com dados sobre o tipo de violência cometida contra mulheres, baseado em informações do Disque 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma reportagem que abordava o impacto da Lei da Maria da Penha e dados estatísticos do Mapa da Violência.

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