Representantes de 20 ocupações da capital mineira e da região metropolitana se reuniram na tarde desta terça-feira (1º/11), na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) para discutir o impasse com o Ministério da Educação (MEC) sobre a realização das provas do Enem no próximo final de semana. Ao todo o estado de Minas Gerais registra cerca de 100 escolas ocupadas.
As discussões foram centradas na falta de diálogo do governo federal e sobre a possibilidade da adesão das escolas para uma desocupação temporária das instituições.
O estudante da Escola Estadual Francisco Brant – ocupada na manhã desta segunda-feira (30) -, Gabriel Brum de Mores, reforça a disposição do movimento ao diálogo. “Propusemos à direção da escola e aos alunos uma desocupação temporária de sexta (4) a segunda (7) para a realização das provas do Enem. Mas a notícia que temos é que o governo federal pede a desocupação imediata o que não deixa possibilidade de diálogo”.
A presidenta da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Késsia Teixeira, afirma que o objetivo do governo ilegítimo do presidente, Michel Temer e do Ministério da Educação é jogar a opinião pública contra as ocupações. “O processo eleitoral já mostrou que é possível a convivência das ocupações com outras atividades no mesmo ambiente. A intenção do MEC é criminalizar o movimento estudantil”.
Ricardo Falcão, professor de Sociologia da Escola Estadual Três Poderes, enfatizou que Constituição Federal não está sendo respeitada nesse processo. Ele ressaltou a criminalização do movimento pela mídia golpista e defendeu uma “desocupação temporária” para assegurar a realização das provas do Enem”.
Isabela Lourença, estudante do curso de Comunicação Social da UFMG, relatou que os ocupação da UFMG diz que os estudantes criaram grupos para visitar outras ocupações e percorrer pontos de ônibus e outros locais de grande movimentação de pessoas para explicar os motivos legítimos do movimento. “Não me agrada a ideia de desocupação, mesmo que temporária. Precisamos jogar a bola para o governo pois são eles que não querem negociar”.
A estudante do 3º ano do Colégio Estadual Central, Carolina Dias, ressaltou que a primavera secundarista luta justamente para que o Enem continue sendo um direito e também a porta de entrada para o Ensino Superior. “Nossa proposta é que seja feita a ‘desocupação temporária’ dos estudantes no final de semana e manter nossas barracas e cartazes como símbolo da nossa resistência”.
Por intermédio da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Almg) está agendada para as 17h desta quarta-feira uma reunião entre estudantes, parlamentares e representantes do MEC, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e do Ministério Público Estadual para negociar uma alternativa.
Por Mariana Viel, do Portal Vermelho-Minas
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