Na manhã desta quinta-feira (21), uma manifestação pelo meio-passe para estudantes secundaristas ocupou as ruas da capital mineira. O ato, denominado pelos organizadores como Jornada de Luta pela Educação, foi iniciado com uma concentração na Praça Afonso Arinos, no centro de Belo Horizonte. Em seguida, os manifestantes seguiram pela avenida Augusto de Lima até a rua Espírito Santo, de onde desceram até a Praça Sete. Participaram do ato estudantes, militantes partidários e representantes de movimentos sociais e estudantis.

A manifestação foi liderada por um trio elétrico, que estava ocupado por dirigentes de movimentos estudantis do estado e do município. Com discursos inflamados em defesa do meio-passe, os militantes animaram os cerca de 3000 estudantes que acompanhavam a caminhada. Entre as reivindicações demonstradas nos gritos de guerra estavam a valorização dos estudantes e da educação e a exigência de que os candidatos a prefeito se comprometam a colocar em prática o meio-passe. Na ocasião foi lançada a campanha “Meio-passe já, só falta BH” e realizada a coleta de assinaturas para um abaixo assinado que, segundo Fagner “Tatu”, vice-presidente da UNE-MG, pretende angariar mais de 200 mil pessoas e mobilizar a sociedade.O dirigente da União Estadual dos Estudantes (UEE) Felipe Piló afirmou que o projeto do meio-passe já foi promulgado pela Câmara Municipal em 1995, mas não foi sancionado pelo prefeito da época. “No ano passado, entramos com uma ação na Justiça, visando à sanção da lei, mas o prefeito Pimentel entrou com um pedido de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) e paralisou o processo”, afirma Felipe. A estudante da 8ª série Isabela Vieira lembra que quem estuda e ainda quer fazer um curso para se aprimorar enfrenta dificuldades financeiras. “Gasto mais de dez reais por dia só de passagem, sem falar da alimentação e de eventuais gastos com textos e compra de livros. É realmente muito difícil. Em todas as principais capitais do Brasil os estudantes já possuem esse direito, como Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, além de cidades do interior”, completa.Gustavo Silva, estudante da Escola Municipal Professor Lourenço Oliveira, também concorda com a colega: “eu morava em Fortaleza e lá todos os estudantes já têm garantido o direito de pagar a metade da passagem. Acho isso muito justo, pois ainda não somos qualificados para trabalhar e gerar dinheiro”, ressalta. De acordo com a Polícia Militar, nenhum incidente foi notificado e a passeata aconteceu de maneira ordeira e pacífica.