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As mulheres negras são maioria entre as brasileiras. Portanto, falar sobre feminismo negro diz respeito a uma importante parcela de cidadãs. O feminismo negro é um movimento social protagonizado por mulheres negras, com o objetivo de promover e trazer visibilidade às suas pautas e reivindicar seus direitos.
No Brasil, seu início se deu no final da década de 1970, a partir de uma forte demanda das mulheres negras feministas contra a opressão de gênero e raça. Segundo pesquisadores, as mulheres negras sempre tiveram presentes nos vários processos do feminismo, o que existia era uma invisibilidade, porque a história oficial não as privilegia.
A cor é fator relevante, por exemplo, quando se trata de violência doméstica. As negras são mais de 60% das vítimas de feminicídio, exatamente porque não contam com assistência adequada e estão mais vulneráveis aos abusos das próprias autoridades. O Mapa da Violência 2015 revela que a taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, enquanto, no mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%. Uma explicação é que o racismo patriarcal torna as mulheres negras alvos da violência.
Já no aspecto da sexualidade, as mulheres chamadas de “mulatas” são tratadas como objetos disponíveis para investidas sexuais. Um assunto que não se fala muito é que há um incômodo por parte de muitas mulheres negras, que se sentem rejeitadas pelos homens negros. O Censo 2010 revelou que as mulheres negras são as que menos se casam, sendo a maioria entre as que nunca tiveram um cônjuge.
Outra face perversa do racismo atrelado ao sexismo é a jornada tripla de trabalho. As trabalhadoras se distanciam de seus lares e filhos, muitas vezes cuidando dos filhos das mulheres com melhor condição financeira, e, por não possuírem os recursos, não podem contratar alguém para prestar assistência às crianças e fazer manutenção em suas próprias casas. As creches não atendem à demanda e as funções das mulheres pobres se acumulam.
As mulheres negras estão na base da pirâmide das desigualdades sociais no Brasil. Entender e viabilizar o legado histórico da colonização e o desenvolvimento econômico baseado na escravidão e exploração da população negra é um dever de toda a sociedade para combater as desigualdades sociais e raciais.
Por Débora Junqueira
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