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Fim do Bolsa Atleta pode acabar com esporte paralímpico no Brasil

14 de setembro de 2016

Daniel Dias (foto) recebe o Bolsa Atleta e é o maior medalhista brasileiro de todos os tempos

O fim do Bolsa Atleta é uma séria ameaça ao esporte paralímpico no nosso país. A preocupação é de Mizael Conrado, 2º vice-presidente e secretário-geral do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Ele confirma ao Portal CTB que 90% dos atletas que disputam as Paralimpíadas Rio 2016 recebem o Bolsa Atleta – programa do governo federal criado durante a gestão do presidente Lula, em 2005, para incentivo ao esporte paralímpico e olímpico.

De acordo com ele, “o Bolsa Atleta foi o principal responsável pela melhoria no desempenho de muitos atletas nos últimos anos”. Por isso, a possibilidade de extinção desse programa pelo governo golpista é muito grave e trará “um prejuízo enorme para o esporte paralímpico”.

De acordo com Conrado, os bons resultados vêm ocorrendo porque o Bolsa Atleta “ofereceu condições para que os atletas pudessem treinar de maneira mais efetiva e assim melhorar seus rendimentos”.

Paralimpíadas Rio 2016

Desde a abertura no Dia da Independência – quarta-feira (7) -, os Jogos Paralímpicos Rio 2016 ocorrem com sucesso de público e de resultados esportivos. Recordes quebrados e muita determinação dos 4.331 atletas, de 164 países. O Brasil mantém-se em quinto lugar no quadro de medalhas com 10 de ouro, 19 de prata e 10 de bronze até o momento. A China lidera a competição com 54 medalhas de ouro, 42 de prata e 28 de bronze.

Com a maior delegação da história dos Jogos Paralímpicos, que iniciaram em 1960 em Roma, Itália, o Brasil conta nesta edição com 288 atletas, 35% de mulheres, disputando todos os 27 esportes da competição. O maior medalhista brasileiro é o nadador Daniel Dias com 20 medalhas até o momento em três paralimpíadas (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016), cinco apenas nos jogos Rio 2016.

Papel da mídia

Apesar dos bons resultados, a competição não atraiu muita atenção da mídia comercial. “Nós temos expectativa de mudar esse quadro porque infelizmente hoje os meios de comunicação ainda não dão o espaço que o esporte paralímpico merece”.

Segundo o dirigente, nos grandes eventos a mídia ainda concede um determinado espaço ao esporte paralímpico, mas “o grande problema é no dia a dia. Infelizmente a imprensa não tem feito a cobertura que gostaríamos”. Dificilmente se encontra notícias de jogos paralímpicos.

foto:Bruno Itan
foto:Bruno Itan
Conrado (Foto) acha que os Jogos podem sensibilizar a sociedade sobre as pessoas com deficiência

 “A expectativa do Brasil é ficar entre os cinco primeiros”, diz Conrado. Ele explica que essa meta foi estabelecida em 2009, em reunião de planejamento dos jogos de Londres 2012 e Rio 2016. “A ideia era ficar em sétimo lugar em Londres e ficamos em sétimo. No Rio de Janeiro determinamos o sonho dos atletas de ficarmos em quinto”, diz.

O que fica

Para Conrado, o principal legado será a criação de uma cultura paralímpica no país. “Isso vai fazer com que as pessoas com deficiência tenham a oportunidade de praticar esporte”. Outro grande legado, segundo ele, será a “possibilidade de mostrar para a sociedade todo o potencial da pessoa com deficiência por meio do esporte”. Dentro dessa visão, os Jogos Paralímpicos são fundamentais para “sensibilizar a todos das necessidades das pessoas com deficiência sobre acessibilidade, inclusão e empregabilidade”. Uma das maiores reclamações das pessoas com deficiência trata da falta de oportunidades no mercado de trabalho, apesar da cota, determinada pela lei 8213/1991, que obriga as empresas a contratar de 2% a 5% (de acordo com o número de funcionários) de pessoas com deficiência.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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