Um misto de perplexidade e revolta é a sensação que sinto diante de mais essa decisão absurda do presidente do STF, Gilmar Mendes, de desregulamentar a profissão de jornalista ao decretar o fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da atividade. Ao sacramentar mais esse ato de “flexibilização das relações de trabalho”, como manda o receituário neoliberal (do qual Mendes é um lambe-botas), esse déspota do Judiciário ameaça a desregulamentação de diversas outras profissões.
Essa atitude fere os princípios que regem o bom jornalismo, dá autonomia para os donos da mídia continuarem zombando dos critérios da ética, do olhar investigativo e da isenção em suas editorias, ao mesmo tempo em que amplia o desemprego entre professores e jornalistas, justo em tempos de crise entre capital e trabalho. Enfim, um desserviço para o Brasil.
É preciso lembrar que grande parte das denúncias sobre corrupção, malversação de verbas públicas, escândalos políticos, crimes ambientais e contra o patrimônio é apurada e trazida à luz da opinião pública por dever de ofício de todo bom jornalista. É preciso alertar ainda que essa atitude ditatorial de Gilmar Mendes é uma manobra política e de interesse econômico. Há menos de seis meses da Conferência Nacional da Comunicação, esse ato institucional cheira a golpe em favor dos interesses dos tubarões da mídia.
Ao mesmo tempo em que tenta acuar entidades representativas, como a Fenaj e sindicatos da categoria, essa canetada de Mendes descaracteriza o controle da sociedade civil e do Ministério Público sobre o que é produzido e transmitido em material jornalístico nesse país. Isso é grave e chama a atenção para uma maior concentração de poder em mãos de pessoas inescrupulosas e que trabalham deliberadamente para manter o poder e os privilégios nas mãos de uma elite insaciável e perversa.
Marco Eliel Santos de Carvalho – Diretor do Sinpro Minas
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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