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Gastar mais com o povo, menos com o Deus…

25 de janeiro de 2008

O “deus mercado”, assim tratado pelos santos e diabos do capitalismo contemporâneo, anda à solta nos últimos dias. Está ainda muito mais sedento pelo dinheiro fácil, pelo ganho descomunal sugado do orçamento público, em detrimento da saúde, educação, segurança, reforma agrária, e infra-estrutura da nação. Nação entendida na sua forma mais real: o povo brasileiro.Os agiotas de plantão, depois de arquitetarem e trabalharem pela derrota da CPMF no Senado Federal, em conluio com seus fantoches tucanos e democratas, preparam um novo golpe. O ataque desferido contra o Sistema Único de Saúde, no final de dezembro, demonstrou, na prática, “o nojo” com que esta “elite branca” trata a grande maioria da população mais pobre do país. Todavia, para essa pequena parcela da sociedade, cerca de vinte mil famílias, esse golpe foi apenas o começo.Utilizando-se da crise econômica que se desenvolve nos Estados Unidos, sua provável interferência na economia global e seus reflexos no Brasil, esses agiotas trabalham diuturnamente para manter os superávits primários intocáveis, o que corresponde a um terço do orçamento público federal; retomar as pressões pela realização das reformas estruturais exigidas pelo “deus mercado” e atacar as políticas públicas de interesse popular. São inconfessáveis seus objetivos e diabólicos seus métodos de manter seus ganhos financeiros, transformando o Estado, tudo e todos a serviço de seus interesses.  A tática de guerra, de contra-ofensiva usada nos últimos dias, busca apagar da memória coletiva qualquer informação positiva do governo Federal e elevar exponencialmente matérias negativas. Utilizam de todas as armas para acuar o governo. As pessoas menos avisadas, que leram jornais e revistas ou assistiram aos noticiários dos telejornais nos últimos dias, não serão informadas de que o Brasil cresceu mais de 5% do PIB em 2007; as taxas de emprego são as maiores dos últimos 28 anos; a inflação ficou abaixo da meta estipulada; o Brasil se tornou um país de extraordinário potencial energético renovável e não renovável. Ou seja, mesmo praticando todo o receituário liberal e de ortodoxia econômica, o país avançou minimamente.Entretanto, os fatos negativos são tratados como se estivéssemos à beira de um colapso econômico e social. A febre amarela endêmica no Brasil transformou-se numa pandemia; a pouca chuva do início do verão e seu reflexo nos reservatórios levará, incomensuravelmente, o Brasil ao apagão; o pequeno aumento do IOF, para recompor parte das perdas de receita provocada com o fim da CPMF, demonstra a “abusividade” da carga tributária patrocinada pelo irresponsável governo contra os mais pobres.A estratégia é simples. Primeiro, deve o “deus mercado” apagar da memória coletiva o ano de 2007. O Brasil obteve, nesse ano, pequenos avanços na economia, a partir do esboço de uma política industrial, de investimentos em infra-estruturas, de melhorias na questão salarial e nos níveis de emprego, na melhoria das contas públicas, além de ter mantido intocáveis seus ganhos financeiros no momento em que avança a crise estadunidense.Para conquistar seus objetivos, o “deus mercado” pressiona o governo para manter o ajuste fiscal na mesma órbita em que esteve nos últimos treze anos, que fez render mais de um trilhão em ganhos com papéis da dívida pública. Atacam os servidores públicos, transformando-os em inimigos número um do país. Qualquer aumento do custeio da máquina (salário) é um atentado contra o país, conforme esses senhores. Se o governo contratar professores, médicos, policiais, engenheiros, técnicos, advogados, ou trabalhadores de qualquer área, que prestem serviços à população mais pobre, será repudiado e crucificado. Por fim, não satisfeito, o “deus mercado” propõe reformas estruturais, segundo sua lógica:1 – Tributária – com o objetivo de diminuir a carga tributária, desonerando os mais ricos, e de dificultar a prestação de serviços mínimos ao povo: saúde, educação, segurança.2 – Previdenciária – com o objetivo de aumentar o tempo de trabalho, dificultar a aposentadoria, diminuir os valores pagos ao trabalhador aposentado e credenciar bancos e financeiras a atuar no mercado previdenciário.3 – Trabalhista – com o objetivo de diminuir os direitos trabalhistas, aumentar a mais-valia e, conseqüentemente, o lucro.Na atualidade, vivemos no centro deste inferno capitalista e neoliberal. Deus, o todo poderoso, criador do céu e da terra, foi transformado, em vão, no garoto propaganda dos seus algozes. O povo pobre e humilhado continua a sofrer com as chagas provocadas pela exclusão. O mercado, que aparece como Deus, é apenas mais uma das faces do coisa ruim.Neste momento, peço a Deus, mesmo desconfiando de que Ele tenha tempo para escutar minha prece: _Ilumine a mente dos que nos governam. Diga-lhes que gastem mais com o povo. E que vá para o inferno este diabo do mercado.Gilson ReisPresidente do Sinpro Minas

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