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Governo alckmin* ordena massacre de estudantes nas escolas e nas ruas em SP

3 de dezembro de 2015

O grupo Jornalistas Livres vazou um áudio no domingo (29) de uma reunião na sede da secretaria estadual de (des)educação do estado de São Paulo, com a presença de 40 diretores de escolas, todos do psdb e comandada pelo chefe de gabinete fernando padula novaes do secretário voorwald.

Nessa reunião, novaes prega “guerra” aos estudantes que ocupam escolas contra a “desorganização escolar” proposta pelo (des)governador. “Realmente a polícia militar de São Paulo não perdeu tempo e tem agido com excessiva força bruta, batendo e levando presos estudantes como se fossem bandidos”, diz Camila Lanes, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).

Como disse Larissa, aluna da escola ocupada Gavião Peixoto, na zona norte da capital paulista, “queremos estudar, a gente não quer virar marginal, mas queremos uma escola digna”. O (des)governador não aceita diálogo.

Camila questiona a ação e diz não entender como “um pai de família, que tem seus filhos na escola pública, pode sair de casa para cumprir ordens de um governador perdido e bater em professor e estudante, sem a menor complacência”. Para ela, essa “é uma violação que subestima a humanidade”.

Ela questiona também se o governo do estado e a pm podem desacatar ordem do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que proibiu a reintegração de posse das escolas da capital do estado.

Inclusive, Camila foi presa ontem (1), sendo a primeira presidenta da Ubes presa depois de terminada a ditadura civil-militar instaurada em 1964 e que só acabou em 1985. No mesmo dia, o presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas (Umes), Marcos Kauê também foi preso com excessiva brutalidade.

“Eles estão agindo na calada da noite, na periferia, onde acreditam ter menos jornalistas, além de orientar seus funcionários ligados ao psdb para tentar desmoralizar o movimento que a sociedade paulista já viu que é justo, pois falar em fechar escolas é um crime”, afirma Camila.

Grupo Charlie Brown Jr, cantando “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré:

Ela garante também que agora o movimento parte para um novo tipo de organização, marcando uma reunião com representantes de todas as mais de 200 escolas ocupadas, juntamente com o Ministério Público (MP) e a Defensoria Pública.

Aliás, diversos promotores estão entrando com ação judicial pedindo a suspensão da “organização escolar”, como o MP de Presidente Prudente, interior do estado, assim como age o MP na capital paulista.

Camila explica que os estudantes estão mais vigilantes. “Os responsáveis pela segurança estão atuando 24 horas e estamos nos preparando para dar uma resposta compatível com a violência que estamos sofrendo”.

“A nossa resposta”, diz ela, “está sendo dada com inteligência. Não vamos entrar em provocação, mas vamos prosseguir com o nosso movimento que é justo e está dentro da lei e dos direitos humanos. Só estamos lutando por uma educação pública de qualidade para todos”.

A dirigente estudantil de apenas 19 anos pergunta se algum dia os filhos do governador estudaram em escola pública ou se “ele já viu a situação de abandono das escolas, principalmente da periferia”.

estudantes resistem sp

Secundaristas dão aula de como se portar com dignidade nas ruas de São Paulo. pm dá baixaria e reprime

Ela faz questão de denunciar também a ação prometida pelo diretor da escola Moacyr Campos, zona leste de São Paulo. “O diretor está chamando pelas redes sociais e outros meios os pais de alunos para comparecerem nesta manhã para assistirem aula na escola ocupada”, diz.

“Em pleno século 21, com essa geração mostrando que tem outras perspectivas de vida e querem estudar e viver em liberdade, não dá para o governador fechar escolas”, afirma a jovem liderança estudantil.

Camila, que é paranaense, lembra do massacre efetuado pela polícia de seu estado no dia 29 de abril, quando atacaram professores desarmados por cerca de 2 horas, em Curitiba. O governador beto richa (também do psdb) demitiu os secretários da segurança e educação.

Ela lembra ainda que lá policias foram presos por se negarem a cumprir uma “ordem errada”. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, diz Camila, “a defesa de soldados nazistas tentou argumentar que eles apenas cumpriam ordens e a resposta do tribunal foi de que ordens erradas não devem ser cumpridas e os soldados foram condenados juntamente com seus comandantes”.

Estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro ocupam o campus desde ontem em protesto contra o não pagamento de bolsas de estudo e situação precária da universidade e prestaram solidariedade aos secundaristas paulistas.

“Ocupamania” – a música da ocupações das escolas em SP:

Em nome de vários artistas que engrossam a fileira de apoiadores dos estudantes de São Paulo, Criolo diz emocionado em um vídeo gravado pelo grupo Não Fechem Minha Escola que “os jovens estão dando uma lição de cidadania, estão na escola que é deles. Eles não querem perder a escola deles. Pais e professores estão juntos”, depois denuncia a “repressão absurda”, e complementa “é humilhante, é uma vergonha” para o governador.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

*nomes com letras minúsculas por desmerecerem tratamento melhor

Ouça também o Programa Justa Causa da Rádio Sinpro Minas

Ocupação das escolas de São Paulo

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