A qualidade da educação nas escolas públicas brasileiras melhorou nos últimos dois anos, especialmente no ensino fundamental, mas, também, no ensino médio, informou ontem o Ministério da Educação ao apresentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. No ensino fundamental, de acordo com o MEC, o índice superou a meta fixada para 2009 e alcançou a que estava prevista para 2011.
“O fantasma da queda de qualidade está ficando para trás”, afirmou o ministro Fernando Haddad.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb subiu para 4,6 em 2009, enquanto a nota proposta era 4,2. Nos anos finais, o indicador foi para 4,0 pontos, superando a meta de 3,7 para o ano.
O mesmo ocorreu no ensino médio, que obteve índice de 3,6. O objetivo era registrar pelo menos 3,5 nessa etapa de ensino.
A quantidade de estudantes aprovados em todas as etapas também aumentou em 2009. A taxa de aprovação foi de 88,5% nos anos iniciais do fundamental, de 81,3% nos anos finais e de 75,9% no ensino médio.
O ministro Haddad considera normal que a melhora no índice seja proporcionalmente maior nos anos iniciais do ensino fundamental.
“Vínhamos de um período de recessão educacional, de queda de proficiência. Quando a educação começa a melhorar, é como uma onda: a arrancada mais forte se dá nos anos iniciais e se propaga, ao longo do tempo, nos finais e no ensino médio.” Segundo o ministro “o pior momento em proficiência em matemática e língua portuguesa foi o vivido pelos alunos dos anos iniciais em 2001”.
O objetivo fixado pelo governo é que o país chegue no ano 2021 à nota 6, que equivale à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
“O Brasil está numa trajetória ascendente e consistente pelo quarto ano consecutivo”, acentuou Haddad, que atribuiu a melhoria da qualidade, entre outros fatores, às ações do Programa de Desenvolvimento da Educação desde a creche à pós-graduação e à mobilização das redes e escolas a favor do cumprimento das metas do Ideb fixadas para cada uma. Desde a definição do Plano de Desenvolvimento da Educação, os municípios com piores índices no Ideb recebem mais recursos do MEC, além de apoio técnico para desenvolver programas que aumentem a qualidade de ensino nas escolas.
Desempenho contribuiu
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica resulta do chamado fluxo escolar (as taxas de aprovação, reprovação e evasão obtidas no censo da educação básica) e das médias de desempenho dos estudantes do ensino fundamental – na Prova Brasil – e dos alunos do ensino médio – no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
A Prova Brasil é um teste de leitura e de matemática para turmas de quarta e oitava séries (ou quinto e nono anos). O Saeb também avalia habilidades em língua portuguesa e matemática, mas por amostra.
No ano passado, 4,5 milhões de estudantes fizeram a Prova Brasil e 56.000 o Saeb.
Os dados divulgados ontem pelo MEC mostram que o desempenho dos estudantes nas avaliações foi o que mais pesou na composição do Ideb de 2009.
Fonte: Brasília Confidencial
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