O Sinpro Minas, na constante luta pela democracia, liberdade de expressão e de conhecimento, repudia a ação da Polícia Federal de abrir inquérito policial para investigar o professor André Mayer, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), acusado de crime de desobediência por manter o grupo de pesquisa acadêmica Liga dos Comunistas, no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), no campus de Mariana.
O professor André Mayer, também diretor da Associação dos Docentes da Ufop (Adufop), vai prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em Belo Horizonte, no próximo dia 29 de novembro. Junto a ele, o ex-reitor Marcone Jamilson Sousa também foi intimado a depor por responder pela direção da universidade à época das denúncias.
A abertura do inquérito foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF) em maio deste ano, após receber uma denúncia anônima sobre a “continuidade das atividades” da Liga dos Comunistas. A requisição para instaurar o inquérito, foi acatada agora pela PF. A PF se baseia na decisão do juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara Federal do Maranhão, que determinou a extinção do Centro de Difusão de Comunismo (CDC). Porém, o grupo de pesquisa em questão é financiado pelo CNPq e não tem qualquer vínculo com o antigo CDC, desde que o núcleo foi embargado pelo juiz.
De acordo com André Mayer, o grupo de pesquisa foi criado em 2009. Existia antes do CDC e continuou a funcionar após a paralisação do CDC, em 2013, porque é um grupo de pesquisa independente, mantido com financiamento do CNPq.
Este fato demonstra que o Brasil, pós golpe, não vive mais um Estado de direito. Ações de opressão ferem os direitos de todo cidadão, garantidos pela Constituição Federal, e dão uma conotação política. Falar de marxismo e comunismo e defender a classe trabalhadora numa conjuntura de retirada de direitos como as já anunciadas pelas reformas trabalhista e terceirização é um grande desafio. Precisamos retomar a democracia no Brasil e não aceitar nenhuma forma de opressão e repressão.
Histórico
O Centro de Difusão do Comunismo (CDC) chegou a abrigar 20 estudantes com bolsas individuais de R$ 250. Com atividades gratuitas e abertas à comunidade, o CDC também manteve dois projetos principais, o Grupo de Debate e Militância Anticapitalista e a Liga dos Comunistas, além de dois cursos: “Mineração e Exploração dos Trabalhadores na Região da Ufop” e “Relações Sociais na Ordem do Capital – As Categorias Centrais da Teoria Social de Marx”. Com a extinção do CDC em 2013, a Liga dos Comunistas continuou como projeto próprio financiado pelo CNPq.
Luta contra a censura
Além dos ataques constantes à educação democrática, as artes também são alvo da opressão do atual governo ilegítimo e das ideias conservadoras que se solidificam com o golpe. Recentemente, foram vários os episódios de perseguição a artistas e a suas criações. No próximo dia 21 de novembro, terça-feira, será lançada a Frente Nacional Contra a Censura, com o objetivo de fortalecer um movimento amplo em defesa das liberdades e direitos democráticos. O Sinpro Minas convida a todos/as para esse ato, com o entendimento que é preciso unir forças na luta contra qualquer tipo de censura e opressão.
O lançamento será às 18h, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Mais informações, clique aqui!
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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