Vai acontecer nesta quarta-feira, 24/06, em Belo Horizonte, São Paulo e Distrito Federal, uma manifestação nacional pela saída do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Em BH, o ato, organizado pelo Movimento Sai Fora Gilmar Mendes, acontece na rua Goiás, 226, Centro, às 18 horas. O movimento repudia a decisão do Supremo em relação ao fim da exigência de graduação em curso superior para exercer a função de jornalista.
O Brasil assistiu, no dia 17 de junho, ao toque de recolher dado pelo Supremo Tribunal Federal. Contrariando todas as expectativas da categoria e a opinião de grande parte da sociedade, o STF, por maioria, acatou o voto do ministro Gilmar Mendes pelo fim da exigência do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista.
Isso só aconteceu em resposta a uma ação movida pelo Sindicato das Empresas de Rádio e TV de São Paulo, ou seja, pelos donos da mídia. Essa decisão é mais uma tentativa de silenciar as vozes discordantes, desregulamentar as profissões, questionar a educação, ameaçar os direitos dos trabalhadores, calar o debate público que se dá através das notícias jornalísticas sobre os problemas que atrasam o desenvolvimento do nosso país.
Na primeira manifestação na capital federal, em maio passado, cerca de duas mil pessoas acenderam cinco mil velas em frente à sede do STF, que será novamente palco do protesto.
“Ao libertar o banqueiro Daniel Dantas e criminalizar os movimentos populares, o pecuarista e empresário Gilmar Mendes revela a mesma mentalidade autoritária contra a qual uma geração inteira de militantes e trabalhadores lutou, com o objetivo de derrubar a ditadura civil-militar que sufocou o país entre 1964 e 1985”, diz o texto do manifesto.
O manifesto diz ainda que o Brasil já não admite “a visão achatada e conservadora da lei, aplicada acriticamente para oprimir os mais fracos”. Ressalta também que “o povo já não atura palavras de ordem judiciais como estado de direito, devido processo legal ou princípio da legalidade”. Protesta contra o Judicário das elites e das desigualdades.
A manifestação foi idealizada após o ministro Joaquim Barbosa, também do STF, ter desafiado Gilmar Mendes a ir às ruas testar sua popularidade. A partir daí estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e dirigentes sindicais deram início à mobilização. Os organizadores dizem que o movimento é convocado por “cidadãos e cidadãs de todas as classes sociais, religiões e idades.”
Em Brasília, eles passaram a semana reunidos com entidades do movimento social, representantes de ONGs e distribuiram o manifesto em centros de grande aglomeração popular como a Rodoviária do Plano Piloto. No ato prometem ironizar, realizando uma quadrilha do STF. Todos também estão convocados a levar velas ao ato.
Um dos articuladores, Rodrigo Bilha, estudante de Pedagogia da Universidade de Brasília (UnB), diz que a última decisão dos ministros do STF – exceção de Marco Aurélio Mello –,derrubando a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão, será mais um motivo para que ato ganhe mais adesão, sobretudo de jornalistas e estudantes de Jornalismo.
Ele anunciou que o terceiro ato já tem data marcada em Brasília por conta da realização, na capital, entre 15 e 19 de julho, do 51º Congresso da UNE (Conune). O movimento aproveitará a concentração de milhares de estudantes para voltar à Praça dos Três Poderes.
Com o Portal Vermelho
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