O número de homens e mulheres negras nas escolas cresceu entre 1996 e 2006, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada nesta terça-feira. Mesmo assim, a diferença de entre brancos e negros continua alarmante.
Segundo o instituto, no ensino fundamental a taxa de brancos e negros matriculados é quase a mesma (95,7% e 94,2%, respectivamente), mas conforme o nível sobe, crescem as desigualdades.
No ensino médio, enquanto mais da metade dos brancos está na escola (58,4%), apenas 37,4% dos negros têm a acesso ao estudo. “Os negros e negras estão menos presentes nas escolas, apresentam médias de anos de estudo inferiores e taxas de analfabetismo bastante superiores”, resume a pesquisa.
O abismo racial, no entanto, já foi bem maior. Em 1996, 82,3% dos negros estava matriculado no ensino fundamental, enquanto 90,6% dos brancos estava na escola. Entre os negros na idade para cursar o ensino médio, o percentual era de 13,4%, menos da metade do percentual de brancos no segundo grau (33,8%).
Gênero A pesquisa –baseada nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio)– mostra também que maior escolaridade não é suficiente para que as mulheres tenham maior renda que os homens ou cheguem mais a cargos de chefia.
Nos dois graus (ensino fundamental e médio) e tanto entre brancos como entre negros, as mulheres estudam mais. No ensino médio, por exemplo, o número de mulheres em 2006 (52%) era dez pontos percentuais maior que o de homens (42%).
“Cabe ressaltar que a vantagem vivenciada pelas mulheres no campo educacional não se traduz em maior ocupação no mercado de trabalho, em postos de trabalhos mais qualificados e em maiores salários”, diz o estudo.
Em relação à renda, a dos homens brancos foi a única que caiu entre 1996 e 2006 (de R$ 1.264 para R$ 1.181), mas continua muito maior que a dos outros grupos. No ano retrasado, mulheres brancas ganhavam R$ 742; homens negros, R$ 583 e mulheres negras, em média, ganhavam R$ 383.
Fonte: Folha Online
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