Os moradores das ocupações Camilo Torres e Dandara iniciam no dia 22 de julho, a partir das 15 horas, uma marcha de mais de 20 Km, rumo às sedes dos Governos Municipal e Estadual. Juntas, Camilo Torres e Dandara reúnem ao todo 1.226 famílias que vivem sob ameaça de despejo forçado.

De acordo com as lideranças do movimento, até o presente momento, a única interlocução com o Poder Público tem sido feita pela ação da Polícia Militar que em várias ocasiões agiu com abuso e sem amparo legal e, por isso é importante mobilizar a sociedade saindo às ruas para protestar.

Para os representantes da Frente pela Reforma Urbana, os conflitos sociais não devem ser tratados como caso de polícia. Segundo eles, em um cenário de ineficiência da política habitacional, agravado pela situação de penúria da população pobre e pela retenção de grandes vazios urbanos pela especulação imobiliária, as ocupações dos imóveis ociosos se tornam legítimo instrumento para efetivação do direito humano à cidade.

Itinerário

A referida marcha será realizada em duas etapas. Os/as marchantes da ocupação Camilo Torres irão caminhar do Barreiro até o Colégio Salesiano que fica na Avenida Amazonas, nº 6.825, Gameleira, onde passarão a noite.

Os/As marchantes da Ocupação Dandara, por sua vez, seguirão em caminhada da Pampulha até o Instituto Sagrada Família, localizado na Avenida Presidente Carlos Luz, nº 535, Caiçara, onde irão pernoitar. Nos dois colégios haverá cantoria e serão exibidos vídeos relacionados com a luta dos sem-casa.  

Na manhã de quinta-feira, a partir das 8 horas, os manifestantes retornarão até a Praça da Estação, aonde as duas marchas irão se unir para caminharem juntas até a sede da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e, em seguida, até o Palácio do Governo Estadual.