Notícias

Orientações aos professores demitidos pelo grupo Ânima

29 de julho de 2020

O Sinpro Minas orienta os professores demitidos pelo grupo Ânima a entrar em contato imediatamente com o sindicato, para conferir se as verbas rescisórias foram pagas corretamente, conforme prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

De acordo com denúncias feitas ao Sinpro Minas, o grupo Ânima tem pressionado os professores, no momento da rescisão contratual, a assinar um documento, em que consta uma cláusula segundo a qual o docente renunciaria da possibilidade de cobrar, na Justiça, qualquer verba rescisória que a instituição de ensino tenha deixado de pagar.

Por isso, o Sinpro Minas reforça a necessidade de a homologação das demissões ser feita no sindicato, para que os valores possam ser bem conferidos.

A Convenção Coletiva de Trabalho da categoria garante esse direito. Para isso, o professor demitido deve comunicar à direção da escola, por escrito, em até 48 horas, que quer sua homologação realizada no Sinpro Minas.

Na dúvida, o professor não deve assinar nenhum documento nem dar ciência sem antes consultar o sindicato.

Demissão em massa

No início de julho, o grupo educacional Ânima demitiu em massa cerca de 150 professores no estado, após mudanças na matriz curricular da instituição. A decisão do grupo empresarial foi repudiada por estudantes, professores e pelo Sinpro Minas.

Chamada de 3.0, a nova matriz reduz a quantidade de aulas presenciais, por meio de um precário modelo de educação a distância, e diminui a carga horária dos professores. Também reduz o número de aulas noturnas, para não pagar aos docentes o adicional noturno, previsto na legislação trabalhista.

As alterações, feitas sem qualquer consulta ao corpo docente e discente, em nada contribuem para a autonomia pedagógica dos estudantes nem servem para ampliar o aprendizado, como alegam os gestores do grupo empresarial.

Inúmeros estudos e pesquisas no campo educacional apontam exatamente o contrário. A adoção de tais medidas prejudica os estudantes, sobrecarrega os professores, retira direitos, reduz a diversidade curricular e empobrece o conteúdo acadêmico.

A nova matriz diz adotar o chamado “modelo híbrido” (presencial e on-line) – um novo nome usado pelo mercado para tentar mascarar os danos causados às condições de trabalho e ao processo de ensino-aprendizagem, com a inserção de um precário modelo de educação a distância. Na verdade, tais mudanças foram feitas com o único objetivo de aumentar a já elevada margem de lucro da instituição.

Vale lembrar que o grupo Ânima (responsável por instituições como os centros universitários UNA e UNI-BH) obteve, em 2019, uma receita bruta de R$ 1,1 bilhão, e lucro líquido de R$ 499,5 milhões, conforme noticiado pela imprensa.

COMENTÁRIO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Artigo
Ciência
COVID-19
Cultura
Direitos
Educação
Entrevista
Eventos
Geral
Mundo
Opinião
Opinião Sinpro Minas
Política
Programa Extra-Classe
Publicações
Rádio Sinpro Minas
Saúde
Sinpro em Movimento
Trabalho

Regionais

Barbacena
Betim
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Governador Valadares
Montes Claros
Patos de Minas
Poços de Caldas
Pouso Alegre
Sete Lagoas
Uberaba
Uberlândia
Varginha