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Para professor da Unicamp, centrais devem disputar espaço com a equipe econômica de Dilma

31 de janeiro de 2011

O governo federal tem recursos para conceder reajustes maiores para o salário mínimo e para os aposentados. Mas, para que esses recursos cheguem à população, será preciso que as centrais sindicais disputem espaço no governo da presidente Dilma Rousseff, de modo que sua equipe econômica não dê as cartas nesse processo.

Para o professor Osmar Marchese, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) e membro do coletivo de Aposentados da CTB, é preciso que as centrais tenham um canal direto de comunicação com a presidente Dilma. Ele entende que o governo tem usado uma parte muito grande de seus recursos para o pagamento da dívida pública, em detrimento de investimentos de cunho social.

Os sindicalistas defendem um salário mínimo de R$ 580 reais pra 2011, reajuste de 10% para os aposentados que recebem acima do piso e a revisão da tabela do Imposto de Renda em 6,5%. Na última quarta-feira (26), as centrais se reuniram com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para tratar desses três temas, mas não houve nenhum avanço.

Leia abaixo a entrevista com o professor Marchese:

Portal CTB: Como o senhor tem acompanhados as discussões em torno do reajuste para os aposentados e para o valor do salário mínimo? Até o momento estou bastante pessimista, pois o governo está querendo dar um reajuste insignificante para o salário mínimo. Nós já estamos pedindo menos que isso. Existem recursos disponíveis que permitiriam um reajuste maior.

Portal CTB: Qual deve ser a estratégia das centrais para conseguir o aumento de 10%?Temos que tentar uma conversa direta não apenas com o ministro Gilberto Carvalho, mas com a própria presidente, aproveitando a deixa para tratar do reajuste do Imposto de Renda. Não temos que trocar uma coisa pela outra, conforme vimos nos últimos dias. Isso é fundamental. Não podemos trocar, não podemos concordar com isso, principalmente porque há recursos.

Portal CTB: De onde seriam retirados esses recursos?O governo está usando muitos recursos (mas muito mesmo!) para o pagamento da dívida pública, ficando menos dinheiro para a Previdência Social. Vou lhe dar alguns números que comprovam isso: o orçamento de 2011 é de R$ 2 trilhões. Desse montante, R$ 649 bilhões serão destinados para o pagamento de juros da dívida pública. Enquanto isso, haverá apenas R$ 291 bilhões para toda a Previdência.

Não tem sentido o governo usar quase 40% do orçamento para isso. É uma escolha que beneficia poucas pessoas, em geral banqueiros e grandes aplicadores. Nossa central não pode concordar com isso.

Portal CTB: E qual deve ser o caminho para que essas demandas façam parte da agenda do governo federal?Temos que disputar o poder com a equipe econômica. O que mais nos interessa é que haja uma inversão de prioridades. É preciso mais recursos para a política social. O que estamos vendo até agora é um contrassenso.  Do ponto de vista capitalista, é importante que as pessoas melhorem sua renda. Com isso, elas vão dinamizar o mercado de consumo. Se você segura o reajuste dos aposentados ou do salário mínimo, restringe a possibilidade de ampliar o mercado de consumo, de gerar mais empregos e de o governo ter mais receita.

Portal CTB: Falando especificamente sobre o reajuste dos aposentados, qual deveria ser a política adotada pelo governo para daqui por diante? Precisamos ter sempre o mesmo índice de reajuste do salário mínimo. Temos que discutir com o governo Dilma uma inversão de prioridades. Não podemos deixar que os aposentados fiquem com 80% do percentual aplicado ao salário mínimo, mas sim 100%. Temos que apoiar o projeto atualmente em tramitação do senador Paulo Paim (PT-RS), que determina a manutenção do poder aquisitivo dos aposentados de forma permanente.

 Fonte: Portal CTB

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