Depois de quatro dias de intensos debates, 1.800 pessoas finalizaram, neste domingo (20), a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, em Brasília. Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), a conferência ocorreu entre os dias 17 e 20, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
“Foi uma grande conferência, debatemos todas as questões sobre a vida nacional e que afetam direta ou indiretamente a saúde da população”, diz Elgiane Lago, secretária da Saúde da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Ela informa algumas das propostas da conferência a serem encaminhadas. “Reestruturar a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras, levando em consideração as especificidades femininas, acentuando a necessidade do combate à violência é uma delas”, diz.
Outra bandeira importante para a secretária de Saúde da CTB é a proposta de garantir a interrupção da gestação em caso de estupro, anencefalia e quando há riscos de morte para a mãe, como a legislação permite. Além de implantar uma rede de apoio para as vítimas de violência e risco de morte.
Lago ressalta a importância de todos os temas terem sido debatidos, abarcando todas as facetas da vida contemporânea. “Foi muito importante discutir os problemas vividos por todas no atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”.
A sindicalista gaúcha destaca a defesa intransigente de manutenção e melhoria do SUS no “cuidado com a saúde das pessoas”. Mas ela reforça a importância dos debates sobre as especificidades das mulheres negras, das trans, das indígenas e das lésbicas.
Já Vanja Santos, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) acentua a riqueza das discussões enfocando a defesa da democracia e o combate às reformas trabalhista, previdenciária, do ensino médio do governo ilegítimo de Michel Temer.
As mulheres negras denunciaram que o governo não cumpre a Política Nacional Integral de Saúde da População Negra. “As negras e os negros correspondem a mais da metade da população e não têm seus direitos respeitados; pelo contrário, são marginalizados pela sociedade e pelo Estado”, diz Lago.
Santos complementa o pensamento da dirigente cetebista ao afirmar que as conferencistas decidiram “mobilizar as mulheres em todo país para barrar as reformas e trazer a democracia de volta”. Para ela, “não haverá futuro sem a luta pela liberdade, por justiça e por vida digna a todas e todos”.
Lago acentua a importância de se lutar pela saúde da mulher, porque “se a mulher tiver vida saudável, em paz e em segurança, sem discriminação e sem assédio, toda a sociedade ganha”.
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