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Presidenta do Sinpro dedica Medalha da Inconfidência à luta dos professores

25 de abril de 2017

Mesmo em meio a uma avalanche de retrocessos, ainda existem espaços em que a luta dos(as) que resistem ganham destaque. No último dia 21 de abril, a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato, foi agraciada com a Medalha da Inconfidência, em valorização a sua luta junto ao Sindicato, em defesa dos direitos da categoria docente. O evento, realizado na cidade de Ouro Preto, faz parte da semana da Inconfidência Mineira e a medalha representa a maior honraria concedida pelo estado de Minas Gerais.

Valéria falou sobre a importância da homenagem e da valorização do Sindicato dos Professores. Para ela é uma honra representar o Sinpro em seus 84 anos de luta e dedicou a comenda à luta coletiva da categoria. “Eu tenho emprestado o meu colo, o meu peito como suporte para essa medalha, porque ela na verdade é dos(as) professores(as) de Minas Gerais. Ela é do Sindicato dos Professores, ela é de toda essa diretoria, de todos os funcionários, de toda essa história de luta, de combatividade, em defesa não só dos professores e professores, mas também de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, e inclusive da luta internacional”, ressaltou. Valéria também considerou relevante ser homenageada ao lado de outros(as) lutadores(as) sociais, sobretudo neste momento de grande ofensiva para a classe trabalhadora.

A solenidade também homenageou um grande lutador já falecido, mas que ainda inspira a resistência por todo mundo. Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, foi lembrado por sua força na luta contra a discriminação racial, entre tantas formas de opressão. A deputada federal Jô Moraes, presente na solenidade, destacou a importância de Mandela. “Essa homenagem teve o simbolismo de mostrar a identidade de uma nação, como a África do Sul, que teve seus líderes populares perseguidos, presos por vinte anos, mostrando que em cada país existe momentos em que a democracia, a liberdade são perseguidas e combatidas”, afirmou.

Educação em pauta

Ao lado da presidenta do Sinpro, outros(as) homenageados(as) também estavam ali representando a luta em defesa da educação. Entre eles, o coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee, Gilson Reis, que analisou as estratégias do atual governo como um conjunto de ações que vêm no sentido de destruir a educação do país. “Dentre as derramas que nós estamos vivendo no Brasil, está o ataque à educação, a reforma do ensino médio, a privatização do ensino superior. Nós não podemos aceitar que a educação seja colocada na condição que esse governo pretende, que é retirando qualquer perspectiva de uma educação libertadora para o nosso povo”, afirmou.

O professor emérito da UFMG, Carlos Cury, também recebeu a medalha e disse que a comenda deveria ser estendida a todos os docentes do estado e do Brasil. “Eu humildemente aceitei esta medalha, pensando também no grande número de docentes que batalham todos os dias para trazer uma educação mais justa, uma educação mais socialmente qualificada para os nossos alunos”, explicou.

Outra homenageada que também está na trincheira por uma educação pública e de qualidade é a presidenta da União Nacional dos Estudantes – UNE, Carina Vitral. Para ela, a medalha é muito simbólica e contribui no resgate da memória da luta brasileira. “Para nós, estudantes, que inauguramos a resistência ao governo Temer com as ocupações, é muito significativa a figura do Tiradentes, os princípios da Inconfidência, da luta pela liberdade e perceber que só a luta muda a vida, muda a história do Brasil”, ressaltou.

Carina, que representa o protagonismo feminino dentro do movimento estudantil, também falou sobre a importância da participação das mulheres em todos espaços. “É necessário construir uma política de valorização, de emancipação, na tentativa de superar o histórico de exclusão e violência que as mulheres sofrem. Por isso, todas as mulheres que receberam a medalha, mesmo sendo minoria, são muito resistentes”, afirmou.

Inspiração e resistência

O também homenageado Heleno Araújo Filho, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores – CNTE, enfatizou que está evidente no país a divisão de classes. Para ele, uma elite quer impor a sua vontade para ganhar muito mais, em detrimento de uma maioria que precisa ter acesso a políticas sociais fortes para poder ter uma vida minimamente digna. Heleno destacou então a necessidade do enfrentamento nesta situação. “A nossa dedicação, a nossa unidade e compromisso têm que ser cada vez mais fortes para combater as dificuldades impostas neste momento. Temos que barrar esse processo e continuar avançando”, concluiu. Análise também da deputada federal Luciana Santos, presente no evento. Para ela “a esperança vem da certeza de que é possível outro modelo capaz de incluir as pessoas, capaz também de retomar o crescimento do país.”

E é justamente esta grande ofensiva em que vive a classe trabalhadora que faz com que essa homenagem represente também a continuidade da luta. Para Valéria, a medalha vem reforçar a necessidade deste momento de resistência. “É uma inspiração e uma responsabilidade para que nós possamos realmente lutar a cada momento, resistir a cada momento, na certeza de que vamos derrotar essa ofensiva que tem tentado nos minar”, destacou. Felizmente, uma reflexão compartilhada entre outras pessoas. Gilson Reis também reforçou o sentido da comenda. “Receber uma condecoração dessas nesse momento histórico do Brasil, representa mais que uma homenagem individual. Representa uma responsabilidade histórica de confrontar esse governo e dizer que nós não aceitamos, em hipótese alguma, retrocesso nos direitos trabalhistas, sindicais, previdenciários”, enfatizou.

O evento, mesmo não sendo aberto ao público, foi ocupado por vozes contra o governo golpista. Enquanto o governador do estado, Fernando Pimentel, discursava, centenas de pessoas, gritavam “Fora Temer”, demonstrando que no atual momento, todo espaço é espaço de luta.

“Resistiremos e venceremos, porque a unidade é a bandeira da esperança e eu tenho certeza que a classe trabalhadora em unidade fará tudo para derrubar esse golpe”, afirmou Valéria, que com essa medalha deixa para a memória do Sinpro mais uma demonstração de reconhecimento e valorização da luta sindical.

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Heleno Araújo Filho (presidente da CNTE), Valéria Morato (presidenta do Sinpro Minas) e Gilson Reis (coordenador da Contee)

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Valéria também considerou relevante ser homenageada ao lado de outros(as) lutadores(as) sociais, sobretudo neste momento de grande ofensiva para a classe trabalhadora.

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