Reitoria da Universidade propõe acordo que retira direitos dos docentes e prejudica a qualidade do ensino
Com cerca de 60 mil alunos, a PUC Minas é a décima maior universidade do país
Carta aberta à comunidade acadêmicaNão à retirada de direitos!
Há cerca de seis meses, os professores da PUC Minas têm sido pressionados, sob várias formas, a aceitar uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho feita pela Reitoria. Ocorre que, como é de conhecimento de todos, a ampla maioria dos docentes manifestou-se contrariamente a essa proposta, por entendê-la como um instrumento extremamente lesivo aos seus interesses.Conforme já externado em assembléias, a intenção da Reitoria vai contra os anseios dos professores, configurando-se numa clara tentativa de adequar a instituição de ensino aos interesses do mercado. O curioso é que, na edição de agosto do ano passado do jornal institucional da PUC Minas, o atual reitor desta instituição de ensino, Dom Joaquim Giovani Mol, declarou que o compromisso da Universidade com a qualidade do ensino, a pesquisa e a extensão seria preservado. Investir na desvalorização dos professores e na precarização de suas condições de trabalho é colocar-se contra o desenvolvimento de uma educação de qualidade, voltada para uma formação mais completa dos estudantes, com um viés humanista e que dê conta da complexidade do mundo contemporâneo.É importante ressaltar que, em todo esse processo, e ao contrário do que se comentou, a Associação de Docentes da Universidade (Adpuc), instituição fundamental na composição da democracia interna e instrumento essencial de representação, reivindicação e defesa dos professores, manteve firme o seu papel de buscar soluções, pela via do diálogo, sempre com o compromisso de defender os interesses dos docentes.Da mesma forma, e com o mesmo entendimento da situação, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) – entidade sindical no estado que possui, legalmente, legitimidade para firmar Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho, conforme estabelece a Constituição Federal – acredita que negociação é uma relação de trocas, e não apenas de perdas, como quer a Reitoria. A Adpuc, os professores e o Sinpro Minas temem que esta Universidade, reconhecida nacionalmente pelos serviços prestados à sociedade, siga o mesmo caminho de outras instituições de ensino superior que não zelaram pelas condições de trabalho do corpo docente e, como um dos processos decorrentes disso, assistiram à queda significativa na qualidade da educação ofertada, com conseqüências danosas na qualificação profissional dos estudantes. Em razão disso, o Sinpro Minas e a Adpuc não vão economizar esforços para alertar a comunidade acadêmica de tal situação. Dessa forma, por partilhar da opinião de que a educação e as condições de trabalho dos professores não podem ser tratadas sob o viés do mercado, o Sinpro Minas e a Adpuc expressam, por meio desta carta à comunidade acadêmica, o repúdio à atual proposta de Acordo Coletivo de Trabalho feita pela Reitoria. As entidades reafirmam também a disposição em manter o diálogo, para, conjuntamente, chegar a um acordo que contemple as reivindicações dos docentes. Cientes de que a décima maior Universidade do país e a mais sólida do estado tem plenas condições de atender aos anseios dos professores, a Adpuc e o Sinpro Minas também desejam que a Reitoria empenhe-se na busca de um acordo que valorize as condições de trabalho do corpo docente e, portanto, a educação de qualidade e a manutenção de um ambiente acadêmico saudável, voltado para a formação de consciências críticas e a promoção do saber.
– Associação dos Docentes da PUC Minas – Adpuc
– Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais – Sinpro Minas
“A PUC Minas é a décima maior universidade brasileira e a mais sólida de Minas Gerais, com cerca de 60 mil alunos de graduação e pós-graduação. Por isso, não há razões de ordem econômica para não atender às reivindicações dos professores. As relações de trabalho dos docentes não podem ser regidas sob a lógica do mercado. Agir dessa maneira é investir contra a educação de qualidade, e isso o Sinpro Minas não vai permitir. Desejamos, inclusive, que toda a comunidade acadêmica participe desse debate, que diz respeito aos rumos que a PUC Minas quer adotar”. Gilson Reis – presidente do Sinpro Minas
“Na contramão daquilo que se considera ideal, a PUC Minas quer retirar conquistas que ajudaram a qualificar seu quadro docente e elevar o nome da instituição. O caminho a ser percorrido é justamente o oposto: deve-se confirmar as conquistas do passado e melhorar ainda mais alguns instrumentos, justamente para se ter o diferencial de uma instituição, que são professores cada vez mais motivados e qualificados para a arte do ensinar. A articulação entre a Adpuc e o Sinpro Minas vai exatamente no sentido de confirmar as conquistas do passado e avançar cada vez mais. Mas não há conquistas sem luta. Por isso, as duas entidades precisam cada vez mais contar com a mobilização do corpo docente para, juntos, impedirmos a precarização das condições de trabalho e, conseqüentemente, uma queda na qualidade do ensino”. Bruno Burgarelli – diretor do Sinpro Minas e professor da PUC Minas“As negociações com a comissão da Reitoria são frustrantes. Não há transparência nas informações. A Adpuc já solicitou, por diversas vezes, dados relativos às reais condições financeiras da instituição de ensino, mas nunca obteve retorno. Para alunos e professores com quem converso, fica claro que a PUC Minas, por ser uma das maiores instituições privadas do país, tem condições de atender as reivindicações. Para mim, que participei de todas as reuniões de negociação, fica a sensação de que a discussão acerca das condições de trabalho dos professores está condicionada a uma análise de planilhas de custo”. Paulo César Reis Cardoso de Mello – Presidente da Adpuc
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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