Os professores da rede municipal de Belo Horizonte entraram em “greve sanitária” nesta quarta-feira (20/4). Na prática, a categoria vai continuar no trabalho remoto, em vez do presencial.
A medida foi definida por meio de uma assembleia virtual. Cerca de 2,3 mil professores/as participaram, de acordo com Daniel Wardil, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH).
O Sind-Rede convocou a agenda depois que o secretário municipal de Planejamento e Orçamento de Belo Horizonte, André Reis, anunciou a volta às aulas durante coletiva realizada nessa segunda-feira (19/4).
“Definimos pelo não retorno ao trabalho presencial. A gente defende a manutenção do ensino remoto. Não é possível cumprir esse protocolo da prefeitura. A própria prefeitura não o segue, já que os servidores terceirizados do grupo de risco, como faxineiras, estão sendo convocados para trabalhar, o que é vedado pelo protocolo”, afirma Daniel Wardil.
O sindicalista ressaltou que no ano passado a prefeitura informou que as aulas só retornariam quando a incidência de casos estivesse em 20 por 100 mil habitantes, o que está longe da realidade atual.
A categoria dos professores também reivindica prioridade na vacinação contra a COVID-19 para retornar às escolas.
Nessa segunda, a prefeitura informou que as aulas podem retornar a partir do dia 26 para crianças de até 5 anos. Na rede pública, porém, a ideia é receber esses estudantes a partir do dia 3 de maio, dando prazo para as Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) se reorganizarem.
De acordo com informações obtidas pela reportagem com uma diretora de Emei de BH, novas reuniões vão acontecer nestas quinta e sexta-feira (22 e 23/4) para alinhar o planejamento de retorno.
Também haverá um levantamento junto às famílias para saber ao menos uma estimativa de quantas crianças vão retornar no dia 3. Essa pesquisa, porém, é um movimento isolado de algumas Emeis, segundo o Sind-Rede/BH.
Protocolo
Serão formados pequenos grupos de seis ou sete alunos e cada agrupamento terá um professor responsável. Segundo a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, a técnica utilizada será de “bolhas” respeitando o distanciamento social.
“Estamos falando sobre a abertura de todas escolas infantis da cidade. Então, quando falamos da reabertura são das escolas municipais e particulares. Nós temos os protocolos da cidade, que serão adotados pelas instituições. O que está mais evidenciado é que não teremos retorno de cinco dias com todas as crianças. Vai depender do espaço físico da escola”, explica Ângela.
Questionado sobre a vacinação de professores, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, afirmou que “muitas categorias” trabalharam sem a imunização.
Ao falar sobre os protocolos de segurança contra a COVID-19, o infectologista Unaí Tupinambás pediu para professores utilizarem duas máscaras e seguirem as regras impostas para frear a contaminação.
A decisão foi tomada após três dias de reuniões – entre as últimas quarta e sexta-feira – com o Comitê de Combate à COVID-19 da Prefeitura de BH, que analisa os indicadores na capital mineira e as propostas da sociedade civil.
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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