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Professores do Triângulo Mineiro fazem assembleia nesta quinta-feira (31/3)

29 de março de 2022

Donos de escolas se negam a discutir perdas salariais
Os professores e professoras do setor privado no Triângulo Mineiro deram uma aula de dedicação e profissionalismo durante a pandemia. Por meio de um grande esforço, eles garantiram que o ensino não sofresse interrupções e fizeram investimentos financeiros próprios, uma vez que a maioria das escolas em nada contribuiu para que os docentes pudessem ministrar suas aulas remotamente.
Compreendendo a situação inédita da pandemia, os trabalhadores na educação privada da região aceitaram, em 2020, adiar a reposição das perdas inflacionárias, e os salários ficaram congelados. Em 2021, apesar de uma inflação de 6,94% no período, receberam apenas 3,5% de reposição. Mais uma vez, os professores e professoras arcaram com os custos da crise.
Nas negociações do ano passado, os donos de escolas tentaram retirar direitos e reduzir os salários da categoria, para aumentar as suas já elevadas margens de lucro. Ou seja, ao invés de demonstrarem gratidão aos docentes por todo o seu esforço, tentaram tirar vantagem do momento.
Agora, em 2022, quando as aulas presenciais já retornaram e as instituições de ensino em sua maioria aumentaram o número de matriculados, os donos de escolas, através de seu sindicato (SINEPE-TM), apresentam pouca disposição para discutir a reposição das perdas. Ainda não temos o índice de inflação entre 1º de abril de 2021 e 31 de março de 2022, mas um cálculo aproximado aponta uma perda superior a 19%.
Desde fevereiro, quando entregamos nossa pauta de reivindicações, o SINEPE-TM já desmarcou três reuniões e não deu nenhuma satisfação se outras ocorrerão. Isso em um contexto de reajuste de mensalidades acima da inflação, na grande maioria das escolas.
O Sinpro Minas, que representa os professores e professoras do setor privado, repudia essa atitude absurda dos donos de escola e convoca a categoria para uma assembleia virtual, no dia 31 de março, quinta-feira, às 18 horas, pela plataforma Zoom.
“Precisamos colocar um ponto final nesse desrespeito e exigir uma recomposição salarial digna. Sem uma resposta firme da categoria, os donos de escolas continuarão aumentando seus lucros, por meio da precarização de nossas condições de trabalho. Vamos ampliar a nossa mobilização e exigir respeito e valorização profissional. Afinal de contas, somos nós, professores e professoras, que garantimos o ensino de qualidade”, ressaltou a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato.
Uma verdade inconveniente (para os donos de escolas)
Quando uma família decide colocar seu filho em uma escola particular, a expectativa é de uma educação de qualidade, com profissionais bem remunerados e satisfeitos com as condições de trabalho. Infelizmente não é isso que se observa.
Nos últimos anos, o volume de trabalho dos professores e professoras tem aumentado bastante, e a grande maioria dos docentes reclama da pressão e da sobrecarga de atividades dentro e fora da sala de aula. Em nossa pauta de reivindicações, pedimos um reajuste do adicional extraclasse, para poder remunerar adequadamente esse aumento da carga de trabalho. Mas os donos de escola não aceitam sequer discutir o assunto.
Em relação aos salários, o discurso dos donos de escola é que os professores do setor privado são mais bem remunerados que os do setor público. Abaixo, apresentamos alguns valores de salários pagos a professores dos anos iniciais do ensino fundamental de alguns municípios da região e comparamos com o salário pago aos docentes do setor privado. Como cada município possui uma jornada, fizemos um cálculo proporcional para 25 aulas semanais dentro de sala.
Uberaba – R$ 3.955,62
Ituiutaba – R$ 3.755,50
Araxá – R$ 4.518,05
Uberlândia – R$ 4.241,20 (apenas com graduação)
Professores do setor privado (piso e com todos os adicionais) – R$ 2.524,73
Ou seja: para igualar nosso salário ao salário de um professor dos anos iniciais do ensino fundamental de Ituiutaba (o menor valor entre as cidades citadas), precisaríamos de um reajuste superior a 60%! Isso sem considerar o fato de que os professores da rede pública têm estabilidade, plano de carreira e progressão salarial. Em nossa categoria, a única progressão que temos é o adicional por tempo de serviço (de 5% a cada 5 anos trabalhados), que os donos de escolas tentam retirar em cada rodada de negociação.
É bom lembrar que, em todos os municípios citados, os trabalhadores da educação estão mobilizados para conseguir melhores salários e condições de trabalho. Se deixarmos por conta da ganância dos donos de escola, esse abismo que existe vai se ampliar.
Assembleia de professores do setor privado no Triângulo Mineiro
Endereço virtual sala Zoom: encurtador.com.br/nqzD9
Dia: 31 de março – quinta-feira
Horário: 18 horas
ID da reunião: 891 1956 1273
Senha de acesso: sindicato

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