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Professores e alunos propõem intervenção na Fumec

10 de abril de 2008

A necessidade de promover uma intervenção na Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec) foi cogitada em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na manhã dessa quarta-feira (9/4). De um lado, representantes dos professores e alunos afirmam que a instituição está em crise devido aos atos da atual administração que, entre outras ações, demitiu 41 professores, sendo 14 do Departamento de Comunicação Social. Do outro lado, assessores jurídicos da Fumec, que são contundentes ao dizer que não existe crise na universidade e que seu funcionamento é normal.

Professores criticaram a postura centralizadora da atual administração da Fumec

Representando o presidente do Conselho de Curadores da Fumec, Emerson Tardieu, e a diretora-geral da Faculdade de Ciências Humanas, Thaís Estevanato, os assessores jurídicos José Braz Filho e Sérgio Dias afirmaram que não há crise na universidade, que não houve demissão em massa e que as dispensas ocorreram legalmente. “O mais importante é preservar a instituição e a normalidade”, ponderou. José Braz Filho disse ainda que os processos criminais de desvio do patrimônio da Fumec demandam tempo nas investigações e que serão elucidados. Para Sérgio Dias, a universidade está funcionando normalmente e todas as questões civis e criminais estão a cargo do Ministério Público e da Justiça.Os representantes dos professores e alunos questionaram as afirmações dos representantes da direção da Fumec, principalmente no que diz respeito às demissões e à existência de crise. Segundo a diretora do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro/MG), Celina Arêas, o sindicato tem acompanhado, há alguns anos, a situação da Fumec e não é recebido pela direção da universidade para dialogar e tentar intervir na crise. Denunciou que nenhuma das demissões foi levada aos fóruns colegiados, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. “Solicitamos a reintegração desses professores e afirmamos que houve demissão em massa”, ressaltou Celina Areas.O ex-professor do curso de Jornalismo da Fumec, Getúlio Neurembergue, também afirmou que houve demissão em massa, pois os 41 professores dispensados representam um terço do corpo docente. “Desses professores, 14 são do curso de Comunicação Social. Metade do corpo docente foi desmontado da noite para o dia”, ponderou. De acordo com Neurembergue, os professores demitidos foram substituídos por outros. Ele salientou que a instituição vive uma crise pedagógica e lamentou o fato de que, durante nove anos, esses professores demitidos construíram um curso para formar jornalistas e publicitários comprometidos profissional e socialmente.Também ex-professor da universidade, Antônio Pereira do Santos, afirmou que houve um “linchamento moral” desses profissionais, que os representantes da instituição estão debochando deles e denunciou: “a Fumec está sendo totalmente destruída, dirigida por bêbados, drogados e inconseqüentes”. O vice-presidente do Diretório Acadêmico da Fumec, Júlio César Cardoso, questionou a legitimidade dos representantes da direção da Fumec ao falar em qualidade do estudo e que não há crise. “Quem tem legitimidade para isto são os estudantes e professores”, opinou.Já a ex-integrante do Conselho Curador da Fumec, Renata Guerra, pediu que o relatório de auditoria feita na universidade, pela empresa Ernst&Young, seja disponibilizado. Ela quer saber se os procedimentos adotados pela direção da Fumec foram corretos à luz da lei.Comissão vai encaminhar notas taquigráficas da reuniãoPara contribuir com os processos que estão correndo na Justiça, os deputados aprovaram requerimento, de autoria da comissão, para encaminhar cópias das notas taquigráficas da reunião à Promotoria de Tutela de Fundações, ao titular da 32a Vara Cível de Belo Horizonte e ao desembargador relator do Agravo de Instrumento em tramitação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Também assinado por todos os deputados presentes, foi aprovado requerimento para que sejam ouvidos os técnicos da empresa Ernst&Young e o ex-promotor de Justiça da Promotoria de Tutela de Fundações, Henrique da Cruz German, sobre a reunião do Conselho de Curadores da Fumec, que aprovou a auditoria efetuada na instituição.O presidente da Comissão de Educação, deputado Deiró Marra (PR), destacou que o objetivo desta terceira reunião para tratar o assunto é de fornecer subsídios ao Ministério Público na investigação, que irá analisar a possibilidade de intervenção na Fumec. Ele leu carta dos promotores Paula Leite da Cunha e Marcelo Oliveira Costa, que justificaram ausência na audiência pública, para que a diretoria da Fumec não entenda que o MP está sendo parcial. Deiró Marra disse ainda que entende como um “desrespeito aos colegas da Fumec” a ausência do presidente do Conselho de Curadores na audiência.Para o deputado Carlin Moura (PCdoB), a reunião é importante para refletir sobre três aspectos: o prejuízo causado ao corpo discente, a maneira desrespeitosa e ilegal como foi tratado o corpo docente e a situação em que a instituição se encontra. Já a deputada Ana Maria Resende (PSDB) lembrou a importância da Fumec na formação acadêmica dos jovens mineiros e lamentou a ausência do presidente do Conselho Curador. Defendeu que é preciso preservar a imagem, o nome e a permanência da Fumec em Minas Gerais. A vice-presidente da comissão, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), também lamentou a ausência dos dirigentes da Fumec no debate e defendeu que seja considerada a situação dos professores. “A história de vida de cada professor não pode ser jogada no lixo desta forma”, completou. 

Fonte: ALMG 

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