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Professores universitários repudiam violência contra colegas de profissão

17 de dezembro de 2010

O Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros – APUBH – vem a público manifestar sua consternação com os lamentáveis episódios de agressão e até morte sofridos por professores no Brasil nos últimos meses. Toma-se como exemplo o episódio de agressão e morte do professor da Faculdade Izabela Hendrix, Kássio Vinícius Castro Gomes. O seu assassinato é o retrato mais aterrador de uma realidade cada vez mais opressiva e perigosa para os docentes brasileiros. Em 2010, vários foram os casos de agressão a docentes retratados nas páginas dos jornais, nos telejornais e demais veículos de comunicação. Foram episódios de agressões físicas, morais e verbais  que culminaram no afastamento de bons profissionais da sua área de trabalho.É lamentável que sejam necessários episódios como esse para que as autoridades e instituições privadas e públicas de ensino passem a refletir sobre as condições de trabalho dos docentes. São estes que, com trabalho árduo, dedicação, afinco e amor à profissão, conferem credibilidade às instituições e levam ao “destino final” sua carga de conhecimentos e experiências. São estes mesmos professores que, diariamente, têm de lidar com a cobrança por resultados, para atingir a meta de publicações, para envolver-se com atividades de extensão e de pesquisa. A isso somam-se os problemas com colegas de departamento, com o descaso da instituição com problemas pontuais, com as salas de aula super lotadas, falta de equipamentos e muitos outros. Numa sociedade em que os pais não têm conseguido ensinar a seus filhos o respeito aos limites, os alunos podem pensar que têm sempre razão. Assim, os professores tendem a se sentir abandonados à própria sorte e sofrem toda sorte de agressão. Isto porque precisam garantir o seu sustento, ou apenas dedicam-se por amor à profissão e por acreditarem no valor da educação e que mudanças precisam e podem ocorrer. Certo é que há um crescente aumento no número de afastamento de docentes das salas de aula por problemas de saúde como estresse, choque emocional, depressão e as agressões.É mister que se faça uma ampla discussão na sociedade sobre as condições do trabalho dos docentes e sejam tomadas decisões que garantam seu bem estar e segurança no exercício da profissão. Do contrário, corremos o risco de, a longo prazo, – por uma questão de segurança – implantarmos em todos os níveis do ensino a tão conhecida “progressão automática” sem restrições e limites, que entregará à sociedade uma legião de “doutores analfabetos”. É urgente que iniciemos um movimento nacional de proteção ao professor antes que tenhamos que reivindicar um “adicional de periculosidade” para que os professores possam continuar a enfrentar os “leões” dentro e fora das salas de aula no Brasil.Belo Horizonte, 14 de dezembro de 2010Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros – APUBH

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