“O Marxismo é uma filosofia, uma teoria sobre a evolução social, uma crítica ao capitalismo e uma visão histórica da humanidade”, definiu em poucas palavras o professor e escritor João Quartim de Moraes, no debate promovido pelo Laep (Laboratório de Altos Estudos Políticos do Sinpro Minas), que aconteceu no dia 22 de agosto, na sede do Sindicato, em Belo Horizonte. O evento teve como tema “O marxismo na cultura política brasileira”.
Para Quartim, a trajetória do marxismo é algo complexo. O Marxismo chegou ao Brasil invertendo os nexos com o comunismo, que é um movimento revolucionário inspirado no marxismo”, explica. Segundo ele, o comunismo veio para o país no impacto da revolução bolchevique na Rússia. “Aqui, só com a criação do Partido Comunista Brasileiro começou o interesse pelo marxismo como desdobramento do comunismo, ao contrário do que ocorreu na Europa”.
De acordo com o professor, o marxismo é muito atual na nossa sociedade. Ele exemplifica os interesses de classes com um episódio do primeiro governo da Dilma Rousseff, quando foi implementada a redução da taxa de juros e do preço dos insumos para o setor elétrico e outros. “Foram duas iniciativas corajosas, só que não deram certo, o governo subestimou o interesse da classe industrial que como capitalistas visam lucro. A ideia do Governo era restabelecer a indústria nacional, mas não foi o que ocorreu na prática porque os empresários obtiveram o dinheiro do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e colocaram no mercado financeiro, os lucros vinham daí. A presidenta Dilma se esqueceu que a burguesia não tem interesse nacional e social tão forte”, analisa.
“O capitalismo está levando à barbárie. Estamos vivendo uma sociedade em decadência. Marx ainda é atual para compreendermos o mundo em que vivemos|”, avalia José Carlos Arêas, diretor do Sinpro Minas que participou do debate.
Em conversa com jornalistas, João Quartim falou sobre a situação econômica no Brasil, ele avaliou que o movimento sindical está cumprindo o seu papel ao protestar contra as medidas que afetam o trabalhador. “Temos um Congresso conservador e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é uma figura nefasta para o país”, declarou o professor.
João Quartim é professor na Unicamp e pesquisador do CNPq, centrado em história do pensamento político, instituições brasileiras, materialismo antigo e moderno, e marxismo. Autor de diversos livros e artigos, no Brasil e na Europa. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo (1964) e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964); licenciou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1964) e doutorou-se (Doctorat D’État en Science Politique) na Fondation Nationale de Science Politique da Academia de Paris (1982).
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