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16 de junho: dia de paralisação dos professores!

8 de junho de 2016

Na assembleia realizada no Sinpro Minas, no último dia 04, os/as professores/as se mantiveram firmes na proposta de não aceitar perdas salariais e nem abrir mão de outras pautas da campanha reivindicatória deste ano. No dia 16 de junho, está previsto um dia de paralisação, com manifestação às 10 horas, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (Av. Getúlio Vargas, 265 – Funcionários), quando acontece a audiência de conciliação sobre o dissídio coletivo de trabalho ajuizado pelo Sinpro Minas contra o Sinep/MG.

Foi com grande indignação que receberam a notícia de que os donos de escolas não querem garantir o reajuste salarial de acordo com o índice da inflação de 9,91% conforme o INPC do período.  Além de ser abaixo da inflação (entre 6 e 8%), o reajuste proposto pelos patrões será parcelado, demonstrando o caráter financista da educação em nosso país, tendo em vista que a média de reajuste da mensalidade escolar foi de 13%. Ou seja, os pais pagam mais do que a inflação (do que eles próprios receberam de reajuste em seus salários) para seus filhos estudarem, mas os professores continuam recebendo abaixo da inflação. Outro ponto importante a ser destacado é que este alto reajuste nas mensalidades é feito desde a matrícula e os professores só começam a receber a partir da data-base da categoria, em abril.

As rodadas de negociações com o sindicato patronal (Sinep/MG)  não são fáceis, pois os donos de escolas se justificam com a “crise econômica” que o Brasil enfrenta, mesmo com um lucro cada vez maior em suas receitas. E agora, com a tomada do poder pelo governo golpista, os patrões estão mais fortalecidos, pois as propostas do projeto do PMDB (Uma Ponte para o Futuro) apontam para retirada dos direitos trabalhistas conquistados com muita luta, ao longo da nossa história.

Os/as professores/as, em assembleia, consideraram que os donos de escola estão com uma postura, no mínimo, desrespeitosa, pois além de não reporem as perdas inflacionárias, consideram insignificante a quantidade do trabalho exercido pela categoria fora de sala de aula. O adicional extraclasse foi criticado pelos representantes do sindicato patronal em rodada de negociação. Um dos pontos da pauta, a elevação do adicional para 1/3 da jornada, para se igualar à conquista dos professores do setor público, tem sido negado com a alegação de que a internet tem feito este papel, facilitando a vida do profissional.

A categoria manifestou indignação, se sentindo afrontada ao saber que os patrões consideram que ela trabalha pouco, pois só faz “Control C / Control V”, ou seja, que  os/as professores/as copiam os conteúdos e planos de aula na rede.  Afirmam ainda que os sistemas criados por eles facilitam a ação do/a professor/a no diário de classe.

Para um professor de Português,  presente na assembleia do Sinpro, essa foi a coisa mais absurda que ouviu desde que começou a lecionar,  há 20 anos. “Podemos até pesquisar na internet, pois isso é também importante e faz parte da atualidade, mas criamos o nosso próprio material, pois cada turma e em cada escola há uma forma de se trabalhar. Não somos máquinas que saímos repetindo padrões. Isso não é lecionar, ensinar. Além disso, os patrões ignoram que exatamente pelas novas tecnologias, estamos sempre disponíveis para a escola e para os alunos, que nos buscam por email, whatsApp e outras redes sociais e a cobrança só tem aumentado. Temos que estar o tempo todo conectados com a escola  para não sermos cobrados  e chamados de irresponsáveis”, desabafa.

gráfico

Uma pesquisa realizada, recentemente, pelo Sinpro Minas, com cerca de 10% de seus associados/as,  comprova esta realidade: 59%  do tempo de trabalho do professor/a é usado em sala de aula, mas  41%  das atividades exercidas são extraclasse. Sendo que sobre esse último, os/as professores/ recebem apenas 20%.De acordo com a Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas, a  pauta da campanha reivindicatória foi entregue ao patronal em dezembro passado.

Com o quadro político de golpe no país, ficou mais difícil negociar, e agora, com as propostas deste desgoverno, querem rasgar a constituição e a CLT, acabando com os direitos de todo/a trabalhador/a brasileiro/a, começando pela terceirização do/a trabalhador/a. Na Previdência, as mudanças são inacreditáveis. Professores/as irão perder aposentadoria especial, não será contado o tempo de serviço para nenhum/a trabalhador/a, assim como será exigida a idade mínima de 65 anos para se aposentar, seja homem ou mulher. Outras ameaças aos/as professores/as são também preocupantes, como a Lei da Mordaça, uma ofensiva no dia a dia das escolas, que ameaça virar lei (“Escola sem partido”), impedindo o/a professor/a se posicionar diante de temas como sexualidade, religião e política nas escolas, aliado às práticas antissindicais.

Valéria Morato afirma que, diante da falta de negociação com o patronal, a campanha reivindicatória 2016 foi para o dissídio coletivo. A primeira audiência de conciliação será no dia 16 de junho, quinta-feira, às 10 da manhã, no Tribunal Regional do Trabalho. Se não houver consenso, a ação irá para julgamento.  Atendendo à decisão da assembleia dos/as professores/as , o Sinpro Minas convoca a todos/as para uma paralisação neste dia com uma manifestação na hora da audiência de conciliação, na porta do TRT, como forma de pressionar para um desfecho positivo.

Dia de Paralisação: 
16 de junho,  às 10 horas
Local: Em frente ao TRT MG
Av. Getúlio Vargas, 265 – Funcionários
(audiência de conciliação sobre dissídio)

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