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Seminário discute política e mídia sob a ótica dos trabalhadores

7 de abril de 2014

Os trabalhadores e os desafios
políticos, econômicos e sociais diante da conjuntura atual de Minas, do Brasil
e do mundo. Este foi o tema do seminário realizado neste final de semana, em
Belo Horizonte, pelo Sinpro Minas e a CTB (Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil).  

Para o presidente do Sinpro,
Gilson Reis, é preciso fazer uma reflexão, principalmente em ano eleitoral,
porque a disputa começou radicalizada. “Precisamos compreender o que está
acontecendo no mundo, pois o  Brasil não
é uma ilha. O que acontece lá fora reflete aqui. São muitos atores que parecem fora
do processo, mas que interferem diretamente nesta disputa eleitoral, como o
capital financeiro e a mídia”, afirma. Segundo Gilson, os trabalhadores
precisam ter uma visão crítica da realidade. Não dá para sair postando,
reproduzindo tudo que se lê ou se ouve na mídia, sem checar a veracidade, sem
saber o que existe por trás, qual a intenção, a quem vai beneficiar tal
informação. Estamos em ano eleitoral e não podemos confiar em determinadas
mídias que são patrocinadas por grandes grupos”, explica.  

O papel da mídia também foi um
dos destaques da palestra da presidente da CEBRAPAZ, Socorro Gomes. “A Mídia
impõe inverdades patrocinadas pelo imperialismo, tendo como maior figura os
Estados Unidos. A mídia fez este papel no caso do Saddam Hussein, acusado de
ter armas químicas; fez isso com a Venezuela, colocando  o mundo contra Hugo Chaves e, agora, Maduro,
sem mostrar, por exemplo, que o governo nacionalizou o petróleo e investiu
pesado na saúde e na educação. O que acontece agora com a Crimeia não é diferente.  Todos sabemos que o petróleo é o centro do
interesse no mundo. Assim como no Brasil, tentam acabar com a imagem da
Petrobras que, no governo Fernando Henrique, correu  risco de ser privatizada. O petróleo é nossa maior riqueza. Isso
desperta interesse do mundo imperialista e ameaça a nossa paz, como acontece em
vários países do mundo”.

Em sua palestra, Socorro Gomes
chamou a atenção para o prejuízo que a Organização do Tratado do Atlântico
Norte, OTAN, causa à humanidade. Segundo ela, a Otan é a maior ameaça à paz no
mundo: “um instrumento de agressão e dominação dos povos”.

Lançada em abril de 1949, a
partir da assinatura do Tratado do Atlântico Norte entre os EUA e seus aliados
europeus, a Otan empenhou-se pela expansão para o leste europeu após a
dissolução da União Soviética, que se apresentava como a inimiga a ser contida
– o motivo da sua existência, durante a Guerra Fria. Entretanto, com a mudança
de cenário, ao invés de dissolvida, foi fortalecida cada vez mais, “tornando
infinito seu poder de intervenção no mundo inteiro, contra os governos que não
se submetem aos ditames da Europa e dos Estados Unidos. A Otan tem uma folha de
crimes enorme contra a humanidade e a paz”.

De acordo com o professor da
Unicamp, o economista Anselmo Luiz dos Santos, é preciso ter conhecimento da
realidade que não aparece nos 
telejornais. “A partir do 2004, o Brasil teve um grande crescimento
econômico. A crise internacional de 2008 prejudicou este crescimento, mas o
governo agiu ao impedir que a crise afetasse a economia como aconteceu em
outros países. O Brasil conseguiu diminuir a miséria, cresceu a economia,
aumentou o índice de empregos, principalmente com carteira assinada, houve
elevação de salários, reduziu a taxa de juros… Com certeza, há muito o que  melhorar, como saúde e transporte urbano,
trânsito… Mas, realmente a mídia, em geral, mostra um quadro bem pior do que
a realidade e nunca mostra os avanços”, afirma.

Para a deputada federal Jô
Morais, está disseminada na sociedade a ideia de descontrução do crescimento
que o Brasil tem alcançado nos últimos anos. “Existe uma ofensiva midiática
para construir uma visão de fracasso do governo Dilma. “Temos que unir forças
para aprofundar a democracia. Sabemos que precisamos exigir mais, porém é
preciso reconhecer os nossos avanços”, acrescenta.

A mídia alternativa foi
representada, no seminário, pelos coletivos Fora do Eixo e Barão de Itararé. De
acordo com o Pablo Capilé, criador do Fora do Eixo, o governo Dilma Rousseff
precisa avançar, principalmente no diálogo com a juventude e no foco maior em
questões importantes como mídia e cultura.

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