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Sindicato cobra afastamento das grávidas de escolas

31 de agosto de 2009

No dia em que o Ministério da Saúde brasileiro anunciou que os casos de gripe suína já são 85,3% dos 6.100 notificações de gripe confirmados no país, cientistas europeus divulgaram que a taxa de mortalidade da nova gripe é pelo menos duas a três vezes superior à da sazonal e que metade das vítimas (49%) já sofria de outras doenças antes de ser contaminada pelo vírus.

O primeiro perfil completo da nova doença, quatro meses após a eclosão dos casos nos Estados Unidos e México, foi feito por cientistas franceses e divulgado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.

Embora seja mais virulenta que a sazonal, diz o estudo europeu, a gripe suína ainda é mais branda que a gripe espanhola, que matou 40 milhões de pessoas no mundo em 1918. De cada mil pessoas contaminadas, entre quatro e seis não resistem ao H1N1. Isso representa uma letalidade de 0,4% a 0,6%. Já na gripe espanhola, a taxa de letalidade era dez vezes maior.

A avaliação foi feita em julho com dados de 28 países, incluindo o Brasil. A variação entre continentes, porém, é considerada significativa. Em alguns países, a taxa foi superior à média mundial. No México, ela chegou a 6% nos três primeiros meses. Na Argentina, a 4,5% de maio a julho.

Ranking. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, hoje a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) é de 0,29 – a sétima no mundo. Na Argentina, primeiro país no ranking, essa taxa fica em 1,08. No entanto, se forem considerados os números absolutos, o Brasil, com 557 óbitos, ultrapassa os Estados Unidos (522) e se torna o primeiro país em número de mortes.

Ontem o governo federal enviou medida provisória ao Congresso pedindo R$ 2,1 bilhões para combater a gripe suína no Brasil – R$ 1,06 bilhão para a aquisição de vacinas. No primeiro semestre de 2010, o Ministério da Saúde distribuirá 73 milhões de doses – o suficiente para imunizar 36,5 milhões de pessoas.

O Ministério da Saúde também quer reforçar o estoque de medicamentos contra a gripe A, com a aquisição de mais 11,2 milhões de tratamentos. Eles serão distribuídos aos Estados a partir de setembro deste ano e representam um investimento de R$ 483,6 milhões.

O governo também quer comprar equipamentos para os hospitais, material de diagnóstico e aumentar o número de leitos de UTI, além de capacitar os profissionais e ampliar os turnos nas unidades de saúde.

——————————————————————————–Rede particularSindicato cobra afastamento das grávidas de escolasPor recomendação médica, uma professora da rede particular de ensino de Belo Horizonte, grávida de sete meses, que preferiu não se identificar, deveria se afastar do trabalho como forma de prevenção contra a gripe suína. O pedido de licença, porém, foi negado pela escola onde ela trabalha.

É para evitar situações como essa que representantes do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro/MG) se reúnem hoje com membros do Tribunal Regional do Trabalho para solicitar, oficialmente, o afastamento de professoras e funcionárias da rede particular de ensino em todo o Estado. “Precisamos garantir a saúde dessas profissionais”, disse o presidente do sindicato, Gilson Reis. Ele contou que o Sinpro/MG tentou entrar em acordo com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) para garantir a licença das profissionais, mas a proposta foi negada. “Disseram que não era necessário porque a pandemia já dá sinais de que está chegando ao fim”, acusou.

Ulysses Panisset, presidente do Sinep, disse que foi repassada às escolas a orientação para que funcionárias grávidas, mediante pedido médico, sejam afastadas por 15 dias. “As escolas têm autonomia, mas pedimos que elas usem o bom senso. Se a escola não acata a medida e algo grave acontece, a instituição vai arcar com as consequências”, disse. (Renata Medeiros)

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BH não vai reforçar estoqueApós a pandemia de gripe suína, o número de internações por pneumonia – uma das complicações da doença – passou de 635 entre 21 de julho e 17 de agosto de 2008 para 1.087 no mesmo período deste ano em Belo Horizonte. “Dessas, 454 eram casos suspeitos de gripe”, comentou a secretária- adjunta municipal de Saúde, Suzana Rates. Devido ao aumento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou reforçar o número de medicamento contra a pneumonia em 30%. Mas, segundo a secretaria, o estoque não será reforçado porque é suficiente. “Todo inverno, incrementamos nosso estoque de remédios contra doenças respiratórias em 30%. No início da pandemia também fizemos outra compra”, disse Suzana Rates. A Secretaria de Estado da Saúde também garantiu que possui estoque suficiente para os casos atuais de pneumonia, que tiveram aumento devido à gripe suína, e não há previsão de compra em caráter emergencial. (RM)

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Mater DeiHospital vai apurar morte de gestanteO Hospital Mater Dei instaurou uma comissão de sindicância interna integrada por equipe médica multidisciplinar para apurar e analisar o histórico do atendimento à grávida Valquíria Melo de Carmo, 26, que morreu na unidade, no último domingo, com gripe suína.

A família alegou negligência médica. Valquíria teria procurado o hospital diariamente desde o dia 22 de julho, mas só foi internada no dia 26, após insistência da família. Depois disso, o estado da jovem piorou. Ela foi transferida para a UTI no dia 28 e morreu 26 dias depois. “Lamentamos o desfecho e a morte da paciente, mas estamos convictos de que tudo foi feito para salvá-la”, diz a nota, assinada pela diretoria do Mater Dei. (Thiago Nogueira/ Especial para O TEMPO)

Fonte: O Tempo – 27/08/09

 

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