A nota divulgada pelo Sinepe Sudeste em 14 de fevereiro, acerca das negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, demonstra que o patronal escolheu como tática apostar na desinformação.
O Sinpro Minas a recebeu com indignação, mas não se surpreendeu, já que não é a primeira vez que o sindicato patronal recorre a esse artifício, a fim de desviar a atenção do que realmente interessa.
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que em nenhum momento o Sindicato dos Professores abandonou a mesa de negociação, como falsamente disse o Sinepe Sudeste. Muito pelo contrário, não foram poucas as vezes em que insistimos em agendar reuniões, para tentar avançar nas negociações.
Eles dizem que não querem prejudicar os professores, mas apenas fazer “ajustes pontuais” nas cláusulas econômicas, pois, conforme a nota, “algo que parece ser um benefício, em um primeiro momento, pode se converter em fator de encarecimento da mão de obra”.
Na prática, fica evidente que eles realmente desejam cortar benefícios da categoria e que os “ajustes pontuais” não passam de um eufemismo, a fim de mascarar a real intenção: precarizar as condições de trabalho e vida dos professores para aumentar a já elevada margem de lucro do setor.
Na nota, o patronal questiona quantos filhos de professores deixaram de estudar porque o estabelecimento não deu bolsa. Talvez o Sinepe Sudeste não saiba que o Instituto Presbiteriano Gammon, em Lavras, foi uma das escolas da região que recusaram o requerimento de bolsas emitido pelo Sinpro Minas, tanto para professores que lecionam na instituição de ensino quanto para os de outras escolas, a chamada “bolsa para fora da casa”.
Vale lembrar que, no ano passado, o Sinepe Sudeste chegou a dizer, em nota divulgada às instituições, que para os professores de outros estabelecimentos de ensino (os “fora da casa”), “a recomendação é não aceitar os requerimentos de bolsas do Sinpro Minas”.
O fato é que, desde 2020, os professores da região não têm a Convenção Coletiva de Trabalho assinada porque o Sinepe Sudeste se recusa a fechar um acordo que valorize a categoria. Nas reuniões, os donos de escolas afirmam que, para que uma CCT seja assinada, é preciso precarizar direitos históricos, como reduzir o adicional por tempo de serviço dos atuais 5% para 3% e alterar os períodos de férias e de recesso da categoria.
Também insistem em modificar o atual critério de distribuição de bolsas. Para o Sinpro Minas, está claro que essa proposta do patronal objetiva reduzir significativamente o percentual de bolsas e fazer com que muitos professores percam o direito de requerer o benefício – um direito conquistado pela categoria desde a década de 50 do século XX.
O Sinepe Sudeste também se recusa a conceder um reajuste salarial à categoria, mesmo após as escolas terem aumentado as mensalidades escolares.
O Sinpro Minas e os professores estarão sempre abertos às negociações, desde que elas resultem em valorização dos docentes e não representem retrocessos em direitos históricos, conquistados com muita luta e após anos de dedicação da categoria para ofertar um ensino de qualidade na região. Uma Convenção nos moldes que o Sinepe Sudeste quer, com retirada e precarização de conquistas históricas, jamais seria aceita pelos professores nem avalizada pelo Sinpro Minas.
É sintomático que a nota falaciosa tenha sido divulgada em um momento em que os professores da região ampliam a mobilização por melhores condições de trabalho e pela manutenção de seus direitos. Criar e espalhar fake news para tentar minar o engajamento em causas legítimas se tornaram, infelizmente, uma prática recorrente – haja vista o quadro produzido no âmbito nacional por autoridades públicas, entre elas aquela que ocupa o mais alto cargo do país. É inacreditável que o Sinepe Sudeste se alinhe ao atual governo na prática de divulgação de fake News, algo tão deseducativo.
Uma assembleia virtual da categoria está agendada para esta sexta-feira (18/2), às 17h30, quando os professores e professoras vão reafirmar a luta pela dignidade docente e poderão decidir, inclusive, pela paralisação das atividades.
Cada professor e professora está chamado a contribuir para a superação dos obstáculos que nos foram colocados. Acessem o link da assembleia no site do Sinpro Minas.
Participação e diálogo são fundamentais!
Entidade filiada ao
O Sinpro Minas mantém um plantão de diretores/funcionários para prestar esclarecimentos ao professores sobre os seus direitos, orientá-los e receber denúncias de más condições de trabalho e de descumprimento da legislação trabalhista ou de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
O plantāo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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